61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana
CARACTERIZAÇÃO SÓCIO – ESPACIAL E QUALIDADE DE VIDA NA VILA CAMPELO EM TEFÉ-AM
Maria Auxiliadora Lima de Souza 1
Adrielle Colares Frazão 1
Antonia Martins Fonseca 1
Andreza Bento de Lima 1
Francinete Auanário Chota 1
Pedro Pontes de Paula Júnior 1
1. Universidade do Estado do Amazonas
INTRODUÇÃO:
O presente estudo tem como objetivo a análise da qualidade de vida dos moradores da Vila Campelo, área situada no bairro de Juruá no município de Tefé-AM. O estudo foi parte das atividades práticas da disciplina de Prática de Campo do curso de Geografia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA/CEST). A partir de 1988 iniciou-se o processo gradual de ocupação da vila, numa área de declive entorno de um igarapé. O local foi escolhido por não apresentar infra-estrutura básica o que acarretou grandes problemas aos seus moradores. O termo “qualidade de vida”, geralmente, é empregado no meio médico, e caracterizado pelas condições de saúde das pessoas. Nas ciências sociais o termo indica uma variedade potencial de considerações que está ligada às necessidades do ser humano, como habitação, educação, saúde, alimentação, acesso a água potável, trabalho e lazer. Elementos esses que quando alcançados indicam possível estado de bem-estar do grupo pesquisado.
METODOLOGIA:
Para atingir o objetivo deste trabalho, foi realizado o método quantitativo através de observação diretiva extensiva e utilizou-se de técnicas de aplicação de formulários com perguntas pré-estabelecidas pelo grupo. As perguntas foram as mais variadas, abarcando questões sobre a “qualidade de vida”, sendo destacados os seguintes elementos: habitação, educação, saúde, acesso à água potável, trabalho e lazer. Os formulários foram preenchidos pelos entrevistadores com base nas informações dos moradores da Vila. Ao final das atividades de campo os dados foram tabulados e analisados.
RESULTADOS:
Com a pesquisa realizada verificou-se que os domicílios da Vila Campelo estão distribuídos da seguinte maneira: 12% são alugados, 88% são próprios e todas as residências são de madeira. Quanto ao grau de instrução dos entrevistados, estão distribuídos da seguinte maneira: 25% possui o ensino fundamental completo, 31% nunca freqüentaram a escola e 38% tem o ensino fundamental incompleto. No que diz respeito ao número de trabalhadores por domicílio os dados indicam que: 6% das residências não têm nenhum, 19% possui três trabalhadores empregados, 31% apenas com um trabalhador e 44% dois trabalhadores. A renda familiar está distribuída em: 44% das famílias vivem com cerca de dois e três salários mínimos e 56% vivem com uma renda de zero a um salário mínimo. Nos indicadores de saúde, os moradores avaliaram a qualidade do atendimento no hospital como: 13% ruim, 31% regular e 56% bom. A água consumida pelos moradores é 100% oriunda do Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto - SAAE. No que se refere a local de lazer: 12% dos moradores afirmaram existir opções de lazer suficientes ao seu entorno e 88% afirmaram não existir.
CONCLUSÃO:
A noção de “qualidade de vida” nas ciências sociais é ampla, sendo necessário conhecer as necessidades reais dos moradores da área estudada. Nesta perspectiva verificou-se que a má qualidade dos indicadores determinantes leva a uma qualidade de vida ruim. Na Vila Campelo identificou-se como principais indicadores negativos de qualidade de vida: a baixa escolaridade dos responsáveis pelo domicílio, o pequeno número de pessoas desempenhando alguma atividade consequentemente com baixíssima renda e a ausência de espaços públicos para práticas de lazer. Para agravar esse índice contribui o fato de está localizada num declive de difícil acesso e sem nenhuma organização urbana. O aspecto positivo relativos a boa qualidade de vida, destaca-se o bom atendimento no hospital público, uma vez que as pessoas são atendidas prontamente.
Palavras-chave: Qualidade de vida, Organização sócio-espacial, Tefé.