61ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Lingüística - 1. Lingüística Aplicada
A PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DA ORTOGRAFIA
Matthew Miller 1
Valteir Martins 2
1. Graduando de Letras pela UEA e pesquisador do grupo de pesquisa NEPLAE
2. Professor/Pesquisador da Universidade do Estado do Amazonas - UEA
INTRODUÇÃO:
O ensino da ortografia da língua Portuguesa tem sido, nos últimos anos, foco de muita atenção por parte dos educadores. Consequentemente, inúmeros estudos foram realizados com o propósito de encontrar soluções eficazes para o ensino desta habilidade. Desenvolveu-se este estudo para aplicar as técnicas da Programação Neurolinguística (PNL) como metodologia de ensino da ortografia. Essas técnicas são extremamente fáceis de serem aplicadas e podem ser empregadas com alunos de qualquer série, não requerendo a apreensão de regras ou conhecimento de terminologia gramatical. Esta pesquisa foi realizada entre 2007-2008, em duas turmas do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola estadual no município de Parintins, Amazonas.
METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento da pesquisa, uma das duas turmas serviu como Controle e na outra se aplicou a Experiência PNL. Num primeiro momento, foi feito o teste diagnóstico com ambas, através de um ditado com quarenta frases, para identificar e quantificar os desvios ortográficos. A partir dessas informações, estabeleceu-se o nível basal de cada grupo e foram selecionadas as 21 palavras em que cada um deles teve maior dificuldade, para se trabalhar a assimilação da escrita correta. No grupo de controle, o professor empregou técnicas tradicionais de fixação de ortografia, como soletração, disputa entre meninos e meninas, tarefa de decorar palavras em casa, ditado, uso do dicionário etc.. no grupo Experiência PNL desenvolveu-se três sessões. Na primeira, buscou-se conscientizar os alunos da criação e utilização de imagens mentais, que é o princípio fundamental da PNL. As 21 palavras foram apresentadas em slides com cores diferentes nas partes que apresentavam dificuldades ortográficas. Na segunda e terceira, os alunos foram orientados a: 1) ver a palavra no slide e criar uma imagem ortográfica mental dela; 2) escrevê-la com o seu dedo no ar; 3) fazer a sua soletração verbal através da imagem mental criada da direita para a esquerda e, depois da esquerda para a direita.
RESULTADOS:
Depois dos trabalhos com as duas turmas, aplicou-se novamente o primeiro teste para averiguar a assimilação de cada grupo. O resultado individual do grupo de controle, que tinha 35 alunos, foi: 18 alunos aumentaram seu índice de acertos; 8 apresentaram a mesma quantidade de desvios; e 9 reduziram seu índice de acertos. com os alunos do grupo de Experiência PNL, todos os alunos melhoraram seu desempenho. Entre os alunos do grupo de Experiência PNL que obtiveram no primeiro teste entre 11 a 20 pontos, no segundo teste com este grupo nenhum aluno ocupou mais esta faixa de pontuação. O numero de alunos com uma pontuação entre 21 e 30 no primeiro teste foi 15, porém no segundo teste este número foi reduzido para 08. A faixa de 31 a 40 acertos passou a ser ocupada de 22 alunos, ou seja 75% da classe, onde antes apenas 4 atingiram esta meta. Ao comparar as duas turmas, a de controle acertou uma média de 29,23 questões no primeiro teste e 30,54 no segundo, o que representa 4,5% de progressão. Em contrapartida, o grupo de Experiência PNL acertou uma média de 22,64 questões no primeiro teste e 33,28 no segundo teste, atingindo uma progressão de 47%.
CONCLUSÃO:
O uso do PNL na assimilação da ortografia se mostrou superior ao método tradicional. Neste último, necessita muito esforço para se obter pouco resultado, pois apesar do uso do estímulo competitivo e outras técnicas tradicionais, melhoraram seu desempenho em apenas 4,5%. com o uso da PNL, cujo enfoque foi o exercício mental, isto é a criação da imagem mental da palavra, os alunos obtiveram 47% de progressão. Esse resultado se torna ainda mais expressivo ao se comparar com os do teste diagnóstico inicial aplicado nas duas turmas. Neste, a turma de controle acertou 29,23 das quarenta questões, ao passo que a outra turma submetida à Experiência PNL acertou apenas 22,64. Mas, depois de aplicar as técnicas de ensino de ortografia nas respectivas turmas, os alunos de Experiência PNL acertaram 33,28 ao passo que os de controle acertaram apenas 30,54. Aqueles que melhoraram seu desempenho no grupo de controle foram somente os que tiveram notas boas no primeiro teste. Isto mostra que a técnica aplicada funcionou restritamente com eles. no grupo da Experiência PNL, somente 4 alunos acertaram entre 31 e 40 questões no primeiro teste. Mas, no segundo teste, esse número subiu para 22, demonstrando a eficiência do método PNL a todos.
Instituição de Fomento: UEA-CESP
Palavras-chave: neurolinguística, ortografia, educação.