Neste trabalho procuramos apresentar um problema que vem ocorrendo no interior do Rio Grande do Norte, mais precisamente na região conhecida como Seridó,  região encravada no polígono das secas, aonde a vegetação xerófita (caatinga)  vem sendo usada como uma fonte alternativa de energia em panificadoras e olarias. Essa ação antrópica configura-se como uma prática predatória, tendo em vista que prejudica e degrada o ecossistema, embora favoreça essas atividades econômicas. O Sertão Bonito é uma fazenda em que procuramos desenvolver um novo conceito em educação ambiental para essa região, com foco no desenvolvimento de habilidades e atitudes críticas voltadas para a manutenção de um meio ambiente ecologicamente sustentável. As atividades educativas ali desenvolvidas têm os objetivos de conscientizar, sensibilizar, motivar e capacitar a população regional do Seridó para o uso sustentável dos recursos naturais da caatinga que se encontra em processo de desertificação. Numa estrutura de 200 hectares, em pleno semi-árido, contamos com um espaço exuberante e diversificado que oferece condições adequadas para a integração homem-natureza, constituindo um ambiente singular e ideal para passeios e estudos.

Este trabalho foi idealizado no âmbito do departamento de Geografia em conjunto com  a Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN e o  curso de turismo da Faculdade do Seridó - FAS, tendo em vista o contato direto dos idealizadores com Sertão Bonito. A proposta é conscientizar o visitante de que sua participação efetiva é indispensável para a obtenção de um meio ambiente saudável. Em meio à caatinga e em harmonia com a natureza, crianças, jovens e adultos aprendem que respeitar o meio ambiente é obrigação de todos. Práticas ecológicas e pedagógicas são repassadas aos visitantes por meio de palestras, trilhas educativas e aulas de planejamento. A conscientização ecológica quanto à preservação e uso sustentável dos recursos naturais da região estudada é trabalhada com os grupos visitantes. Tomando esse espaço como um ambiente de ensino, buscamos enfatizar  a importância do professor e sua necessidade de manter-se atualizado. Para isso, são desenvolvidas palestras, reciclagens e atividades de aperfeiçoamentos de ensino.

O trabalho realizado no Sertão Bonito, já foi objeto de várias publicações em jornais regionais,  programas de televisão e revistas como:  Revista Nova Escola e Editora  Abril. As visitas são programadas para alunos e professores das escolas públicas e privadas, mas o trabalho ali desenvolvido é mais direcionado para os educadores, já que eles são formadores de opinião. Desenvolvemos o trabalho com atrações pedagógicas que abrangem as mais diversas áreas do conhecimento humano. Assim, imersos em um clima de aventura e descoberta, professores e alunos aprendem e assimilam as informações que não serão  apenas memorizadas, mas que se tornam práticas em seu cotidiano, fazendo-os  agentes multiplicadores da preservação desse bioma tão presente em seu cotidiano social e cultural. Outros grupos que usufrui e contribui com nosso trabalho são os grupos religiosos e os e da terceira idade.  Os religiosos utilizam o espaço para  retiros ecológicos e acampamentos. Os da  terceira idade utilizam o espaço  para  dinâmicas de grupos, socialização e trabalho   auto-estima.

O Sertão Bonito, conta com a participação de geógrafos e pedagogos que desenvolvem um trabalho voltado para a preservação do bioma da caatinga. Como citado, recebemos grupos das escolas públicas e  privadas motivadas a montarem seus planejamentos didáticos para trabalhar em salas de aulas no combate à desertificação e na proteção da caatinga. Repassamos o conhecimento tornando-o adaptativo para melhor  compreensão dos grupos que nos visitam. Mostramos que a natureza possui capacidade de repor seus recursos energéticos. Proteger o bioma da caatinga, torna-se uma ação prática de sobrevivência e de autoconsciência, para aproveitamos com racionalidade as riquezas disponíveis nesse  meio. Temos também a oportunidade de  nos relacionarmos intimamente com o meio ambiente, de uma forma menos egocêntrica e fazendo aflorar uma consciência de preservação e uma cultura de desenvolvimento sustentável.

Instituição de fomento: PROPESQ/UFRN

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: bioma, preservação, sustentabilidade,

E-mail para contato:  eraldo_ufrn@yahoo.com.br