61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
CULTURA INDÍGENA: RESISTÊNCIA E DIVERSIDADE
Ediane Ferreira Cavalcanti Ramos 1
Élvia Maria de Pádua 1
Liliane Gadelha 1
Janiara Almeida 1
1. Escola Clóvis Beviláqua
INTRODUÇÃO:
Estima-se a existência de cerca de 200 sociedades indígenas no Brasil e grupos que vivem de forma autônoma, não mantendo contato regular com a sociedade nacional. As sociedades indígenas são muito diferenciadas entre si e, normalmente, essas diferenças não podem ser explicadas apenas em decorrência de fatores ecológicos ou razões econômicas. Divulgar a temática indígena é uma forma de combater a discriminação e o preconceito ainda vigentes, em relação à sociedade. A FUNAI representa uma instância oficial de política indigenista governamental porque contribui no fortalecimento das políticas para a educação escolar, abrindo novos caminhos de entendimento da realidade indígena no campo educacional. Então foi desenvolvido um projeto interdisciplinar a esta questão (Português: perceber a influência vocabular em nossa cultura; Geografia: conhecer as formas de ocupação geográfica; Artes: vivenciar a cultura indígena através das danças, rituais, pinturas, desenhos; História: desenvolver a interação cultural indígena e a valorização na formação do povo brasileiro; Educação Física: vivenciar os jogos indígenas possibilitando o conhecimento da importância em sua cultura; Química/Biologia: analisar a nutrição das tribos Aramuru, Tabajara, Karajá e conhecer a pirâmide alimentar).
METODOLOGIA:
A experiência foi desenvolvida com estudantes do Ensino Semi-integral, Regular Médio, Travessia e EJA da Escola Clóvis Beviláqua, Recife-PE, no período de 02 de Março a 24 de Abril do ano em curso elaborado pelo corpo docente sob a orientação da Professora Ediane Ferreira como uma das temáticas de reflexões e inquietações entre os docentes. No primeiro momento, levantamento das concepções prévias, através de mapa conceitual; leitura e discussão de textos relatando a cultura nas diferentes tribos; sorteio dos temas entre os alunos; no segundo, aprofundamento do tema Diversidade Indígena (pesquisas em diversas fontes), investigando a inserção desta cultura com construção de cartazes informativos; definição dos professores responsáveis por sala e sobre as apresentações das turmas; no terceiro, pesquisa e apresentação de: seminários, jogos indígenas e a moda indígena, Palestra com um representante da FUNAI, Feirinha de artesanato indígena. Os estudantes construíram diversos produtos finais de forma lúdica (teatro, poesia, dança jogral, expressão corporal, desfile: trajes indígenas entre outros) expondo na culminância do referido projeto para a comunidade escolar, possibilitando a avaliação por meio de observações através do desempenho dos estudantes nas diversas construções.
RESULTADOS:
Observamos que os alunos mostraram-se bastante motivados em participarem da construção de um projeto em prol dos direitos dos índios e sua importância na etnia brasileira, uma vez que, a cultura indígena é pouco valorizada, e pelo fato de que a problemática trabalhada tratou de uma realidade bastante evidenciada na mídia. Além disso, o esclarecimento da temática extrapolou os limites disciplinares, levando a uma constante interação com outras disciplinas. Várias produções foram realizadas pelos estudantes, destacando-se: pesquisa em diversas fontes com debates para apreensão dos conceitos e conteúdos relevantes, construção de mapa conceitual observando a interrelação do homem branco e o índio e sua diversidade cultural. Por fim, a coletânea dos produtos finais formou o sentimento de estima pelos objetos que traduzem a história de seus antepassados e fazem parte do Patrimônio Cultural Brasileiro, bem como, a análise alimentícia das tribos Aramuru, Tabajara, Karajá, conhecendo assim, a pirâmide alimentar de seus integrantes.
CONCLUSÃO:
Todo o percurso, vivido ao longo do projeto, conduziu os estudantes ao aprendizado sobre as relações: homem X índios X diversidade cultural X alimentação, mas também, e, sobretudo, a uma tomada de posição diante do tema, contribuindo assim, para que desenvolvessem a capacidade de questionar, argumentar, pesquisar, analisar, e usar a informação para conhecimento e conscientização da comunidade escolar primeiramente e depois agirem como agentes multiplicadores. Gerando, assim, a construção não só de conhecimento e conceitos científicos, mas também de atitudes e de comportamentos desejáveis diante do problema tornando cidadãos críticos e interventores a questão da diversidade indígena.
Instituição de Fomento: Secretaria de Educação e Cultura
Palavras-chave: Cultura Indígena, Resistência, Diversidade.