61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO EM CONTEXTOS DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
Carolina Cunha Seidel 1
1. Universidade Estadual Paulista UNESP/FCL - Araraquara
INTRODUÇÃO:
A partir da experiência vivida como integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia para Crianças (GEPFC-Unesp de Araraquara), surgiu o interesse de investigar como se dá a constituição do sujeito em contextos de privação de liberdade.
METODOLOGIA:
De início, realizamos uma série de encontros de filosofia com adolescentes infratores cumprindo medidas sócio-educativas, prática essa desenvolvida através do contato com textos literários e obras de arte. Nossa hipótese era a de que esses encontros nos ajudassem a compreender - e a tornar compreensível - como se dá a formação da subjetividade neste grupo, investigando, em seus discursos, as práticas vividas por eles e para eles, os olhares deles e para eles, os espaços, as relações, a compreensão e elaboração de novos códigos de conduta e comunicação, a formulação de mecanismos de resistência, entre outros. Buscamos na obra de M. Foucault alicerces teóricos que venham a elucidar essa experiência, ajudando-nos nessa reflexão sobre essas criações singulares que constroem outros espaços, tempos e práticas em relação ao contexto referido, e na identificação de processos que reproduzem, mas que também constroem, movimentos de libertação e autonomia.
RESULTADOS:
Duas perspectivas nos chamaram atenção: percebe-se o olhar da instituição centrado no discurso da cidadania, da inserção social, da normatização e homogeneização de comportamentos; já pelo olhar dos adolescentes a violência física e simbólica aparece como possível forma de emancipação e resistência. No cruzamento desse olhar de dentro e desse olhar de fora, nota-se ainda a escola enquanto um forte dispositivo disciplinar, que compõe as experiências vividas pelo grupo, uma vez que a presença ou ausência neste espaço é levada em consideração de forma decisiva no curso dos processos judiciais.
CONCLUSÃO:
Temos então a materialização da oposição proposta entre a formação da subjetividade pelo assujeitamento ou pela busca de práticas de liberação.
Instituição de Fomento: CAPES
Palavras-chave: adolescentes, filosofia, subjetividade.