61ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 5. Serviço Social da Saúde
ALGUMAS REFLEXÕES DO SERVIÇO SOCIAL SOBRE O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) NO MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ/RO.
Regiane Gonçalves Gervásio 1, 2
Lidiane Tanazildo da Costa 2
Ivânia Prosenewicz 1
Marinete Gonçalves da Silva 1
Maria Neuza Alves Barbosa 1, 2
Roseli Aparecida Ortega 1
1. Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná/CEULJI/ULBRA -RO
2. CRAS/Programa de Atenção Integral à Família (PAIF) São Francisco.
INTRODUÇÃO:

O Programa Saúde da Família (PSF) a nível nacional foi implantado no ano de 1994, enquanto que no município de Ji-Paraná/RO, somente no ano de 2002. O mesmo foi criado como política nacional de atenção básica, priorizando ações de prevenção, promoção, recuperação e reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde. A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca para as equipes do PSF a necessidade de ultrapassar os limites classicamente definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, esta pesquisa objetivou verificar a abrangência, a estrutura e número de equipes do PSF no Município de Ji-Paraná/RO e verificar se o profissional de Serviço Social está inserido nas equipes deste Programa.

 

 

METODOLOGIA:

Como método de procedimento utilizou-se o estudo de caso. Conforme aponta Yin (2005) o estudo de caso é uma investigação empírica que investiga  um fenômeno dentro de seu contexto da vida real, principalmente quando os limites entre o objeto de apreensão e o contexto não estão claramente definidos. A coleta de dados se deu através de entrevista semi-estruturada e observação, realizadas junto a Coordenadora do PSF, no mês de maio de 2008. Partindo então do processo de articulação entre teoria e prática, utilizou-se na pesquisa como método de análise o dialético que permite uma apreensão da totalidade do objeto e assim observar as contradições presentes na sociedade. Este método possibilita ter uma visão ampla para captar a essência dos fenômenos e ver a abrangência dos problemas bem como a possibilidade da permanente transformação do contexto. As características essenciais da dialética são o espírito crítico e autocrítico, os quais permitem examinar constantemente o mundo em que atuam, bem como rever as interpretações em que se baseiam para atuar (KONDER, 1981).

RESULTADOS:

Em 2008 o Programa Saúde da Família (PSF) contava com um quadro de profissionais composto por um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, seis agentes comunitários de saúde na equipe básica e na equipe de saúde bucal, um odontólogo e seu auxiliar atuando de forma multiprofissional. O município de Ji-Paraná/RO conta com nove equipes do PSF. Destas, três não têm o profissional de medicina e nenhuma delas o profissional de Serviço Social e nem psicólogo. O PSF tem uma abrangência de 40% da população, gerando uma demanda reprimida de 60%. Constatam-se contradições quanto à efetivação da política de atendimento, pois faltam profissionais o que não permite um trabalho de atendimento diversificado e interdisciplinar. A equipe trabalha promovendo atendimentos na unidade de saúde, palestras e visitas domiciliares, mas um fato a ressaltar é que as visitas não são efetivas e constantes, pois têm apenas um carro do programa para as nove equipes. Não houve seleção dos usuários ou área de abrangência, conforme a necessidade sócio-econômica da população. O direito universal na realidade não ocorre, as políticas por si só são excludentes, e não atingem 100% da população.

 

CONCLUSÃO:

A saúde é um dos direitos sociais, mas o atendimento ainda não é universal como preconiza a Lei, pois não dá conta de atender toda a demanda da população. Neste sentido, pôde-se que há falta de profissionais nas equipes básicas do PSF no Município de Ji-Paraná/RO. Isto causa prejuízos à população, pois ao estarem às equipes incompletas, determinados atendimentos e encaminhamentos ficam sem ser efetivados. A falta do assistente social na equipe, por exemplo, não permite que a população seja encaminhada no momento do atendimento para outros programas e políticas sociais existentes no município. Este profissional contribuiria de forma mais ampla no processo de efetivação das leis acerca do acesso à saúde como um direito universal. A equipe do PSF atuando dentro da área de abrangência previamente definida e de forma completa, possibilitaria, certamente, além do acesso ao direito garantido, desenvolver um processo sócio-educativo de prevenção. Também possibilitaria a participação ativa dos usuários no controle e efetivação das políticas públicas. Nesse sentido, faz-se necessário a inserção do Assistente Social no Programa Saúde da Família (PSF) para atuar com as pessoas, principalmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

Palavras-chave: SERVIÇO SOCIAL , PSF, DIREITOS .