61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
PRODUÇÃO DE FEIJÃO CAUPI EM CONDIÇÕES DE ESTRESSE HÍDRICO
HUGOLEONARDO SANTOS DE SOUZA 1
ARLES SANTOS LOPES 2
FLÁVIO JOSÉ RODRIGUES CRUZ 1
1. PÓS-GRADUANDO EM AGRONOMIA/ UFRA
2. ENGENHEIRO AGRÔNOMO
INTRODUÇÃO:
O feijão caupi (Vigna unguiculata) é uma leguminosa cultivada em todo do Estado do Pará, principalmente no nordeste paraense. É um produto considerado de real valor na alimentação humana, por representar uma das principais fontes de proteínas consumido nas formas de grãos secos e verdes, e também utilizada como forragem, feno, ensilagem, ração e adubo verde. Para as regiões norte e nordeste do Brasil é considerado uma alternativa em relação ao feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) por ter maior resistência ao calor e a deficiência hídrica. Embora a Amazônia apresente alta pluviosidade, ocorre em alguns lugares da região o período de estiagem definido. Sendo que nessas áreas a baixa precipitação e distribuição irregular estão entre as principais causas que afetam a produtividade da cultura. Muitos estudos têm mostrado que a deficiência hídrica afeta diretamente o crescimento e desenvolvimento das plantas, onde a deficiência de água reflete na redução da fotossíntese, translocação de carboidratos e reguladores de crescimento, redução de área foliar e matéria seca. Percebe-se assim que a água é responsável pelo pleno desenvolvimento dos vegetais, sendo o objetivo deste trabalho avaliar a produção de massa seca da parte aérea em condições limitantes de água.
METODOLOGIA:
Realizou-se o experimento em casa de vegetação, localizada na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), na data de 21/09/08 com o plantio da cultura do caupi, cultivar BR-3 Tracuateua. O delineamento estatístico adotado foi o inteiramente casualizado, disposto em arranjo fatorial 2X3X4, sendo duas condições hídricas: plantas irrigadas ou controle (T1) e não-irrigadas ou estresse (T2); em três períodos (P1, P2 e P3) de tempo (4, 8 e 12 dias) com quatro repetições. O cultivo usou como substrato o material coletado na camada de 0-20 cm de um Latossolo Amarelo Distrófico de textura média, sendo colocado em vasos de polietileno com capacidade de 3 dm-³; se deixou uma planta por vaso, após 10 dias de implantação se fez adubação foliar de NPK na formulação 10-20-20, na quantidade de 100 kg.ha-¹. A coleta da Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) foi realizada no período de 30 dias após o cultivo, finalizando aos 42 dias. As amostras foram colocadas em saco de papel e levadas para estufa de ventilação forçada, temperatura de 65° C durante 72 horas, em seguida se pesou a massa seca em balança analítica com sensibilidade de 0,01g. A variável analisada foi submetida à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade usando o pacote estatístico Assistat.
RESULTADOS:
A produção de massa seca da parte aérea (MSPA) apresentou uma redução no Tratamento de estresse (T2) em função do aumento dos períodos de estresse observados. Nota-se que no primeiro período (P1) a MSPA apresentava 1,82 g.vaso-¹, reduzindo para 1,79 g.vaso-¹ no período (P2) e 1,24 g.vaso-¹ no período (P3). Em relação ao Tratamento controle (T1) a MSPA aumentou ao longo dos períodos analisados, sendo em P1 e P3 a produção de massa seca foi de 1,92 g.vaso-¹ e 2 g.vaso-¹ respectivamente. A redução de massa seca da parte aérea no T2 está relacionada com a deficiência de água no solo, pois nessa situação a planta fica impossibilitada de absorver os nutrientes do mesmo, refletindo assim na produção de matéria seca.
CONCLUSÃO:
O estresse hídrico proporcionou uma redução de massa seca da parte aérea de feijão caupi. O período de 12 dias de estresse proporcionou uma massa seca da parte aérea de 1,24 g. vaso-¹ no tratamento T2.
Palavras-chave: Irrigação, Massa seca, Deficiência de água.