61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
SAÚDE DA FAMÍLIA VERSUS A FORMAÇÃO TECNICISTA EM SAÚDE
Rodrigo Otávio Moretti-Pires 1
Thiago de Oliveira Pires 2
Sônia Maria Villela Bueno 3
1. DSP/CCS/UFSC
2. FEF/UFAM
3. DEPCH/EERP/USP
INTRODUÇÃO:
A partir do processo de implementação do Sistema Único de Saúde, diversos desafios foram emergindo de um contexto histórico, pautado na exclusão. Diversas estratégias foram utilizadas no sentido de superar os problemas e, entre estas, se destaca o Programa de Saúde da Família, cujos princípios se norteiam pela proximidade do usuário, centralidade na família, trabalho multiprofissional. No entanto, a questão da falta da formação reducionista e tecnicista do profissional implica em sérios problemas de adequação com relação as exigências da Saúde da Família, uma vez que os documentos oficiais incitam a uma abordagem ampliada e complexa da família. O presente trabalho objetivou investigar em que medida o modelo pedagógico universitário dos cursos de Medicina, Odontologia e Enfermagem apresentam recursos que se adunem a uma perspectiva ampliada de saúde e intervenção profissional ou, do contrário, abordem o paciente de uma maneira mais reducionista/tecnica.
METODOLOGIA:
foram investigados os cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia de uma Universidade Federal da Região Norte do Brasil, pautando-se na perspectiva qualitativa. Como técnicas, foram realizados um encontro de grupo focal para cada curso, com seis acadêmicos do último período. Na etapa seguinte, realizou-se entrevista semiestruturada e individual, com os acadêmicos que participaram dos Grupos focais. Utilizou-se, ainda, da análise documental das matrizes curriculares dos cursos.
RESULTADOS:
Os resultados indicam que o ensino em Enfermagem, em Medicina e em Odontologia no curso investigado não permitem recursos direcionados ao enfoque ampliado de saúde, podendo se refletir na postura futura dos educandos. A inadequação com uma formação para Saúde Pública e Saúde da Família, pôde ser emblematizada na priorização das especialidades durante a formação, assim como a pouca imersão no SUS durante os anos de graduação nos cursos investigados.
CONCLUSÃO:
Os resultados sugerem a premente necessidade de reorientação dos modelos pedagógicos dos cursos estudados, com vistas a formação de enfermeiros, médicos e odontólogos com prática pautada no pensamento histórico-político e crítico reflexivo, destinados ao SUS/PSF.
Palavras-chave: Saúde da Família, Formação universitária, Profissionais da Atenção primári.