61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DOS IDOSOS DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) S046 DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA – (ESF) DO BAIRRO SÃO FRANCISCO, MANAUS, AMAZONAS, BRASIL
Carla Azevedo Batalha 1
José Camilo Hurtado Guerrero 1, 3
Ana Felisa Hurtado Guerrero 1, 2, 4
1. Faculdade de Enfermagem- ESA-UEA
2. Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane, FIOCRUZ, Manaus
3. Prof. Dr. Orientador
4. Profa. MSc. Co-orientadora
INTRODUÇÃO:
A população idosa vem aumentando, sendo motivo de grande preocupação pelas demandas que podem trazer no atendimento das necessidades básicas de saúde deste grupo populacional. O Brasil destaca-se por apresentar umas das maiores taxas de crescimento desta população, com projeções para 2025 de cerca de 32 milhões de idosos. Este estudo teve como objetivo avaliar as condições sócio-demográficas, o perfil epidemiológico e a capacidade funcional dos idosos atendidos na UBS S046, Estratégia Saúde da Família - ESF do Bairro São Francisco, Manaus. Estes indicadores sociais e de saúde poderiam revelar e identificar possíveis fatores de risco da dependência física e qualidade de vida do idoso da área de abrangência dessa ESF. A avaliação da capacidade funcional torna-se, portanto, um desafio para a saúde publica quanto para o serviço de atendimento, monitoramento e na capacitação de profissionais de saúde para assistência especializada ao idoso. Assim, este estudo justifica-se pela necessidade de mostrar a real dimensão do problema de saúde deste segmento populacional, alertando os serviços de saúde sobre o tema abordado, através do subsidio de informações para melhoria das ações futuras nesta área.
METODOLOGIA:

Este foi um estudo exploratório-descritivo, com abordagem quantitativa de base domiciliar, realizado na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde (UBS), S046 ESF, Bairro São Francisco, Manaus. Foram avaliados 176 (54,7%), de um total de 322 residentes na área (margem de erro de 5% e um nível de confiabilidade de 95%). Na avaliação do perfil de saúde do idoso foi utilizado um roteiro de entrevista referendado no questionário do Projeto SABE (2000) (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento) padronizado para América Latina e o Caribe pela Organização Pan-Americana da Saúde e Universidade de São Paulo - OPAS/USP. Constavam neste instrumento questões referentes ao perfil sócio-demográfico, epidemiológico e sobre a capacidade funcional dos idosos. Os dados coletados foram organizados sob a forma de um banco de dados (Excel for Windows) e analisados no programa Minitab 14.2. Foram realizados cruzamentos entre as variáveis para analisar a

 

associação entre a capacidade funcional dos idosos com os fatores sócio-demográficos e epidemiológicos.

 

RESULTADOS:
A maioria dos idosos foi do sexo feminino (65,3%), sendo o grupo etário predominante o de 60 a 69 anos (51,4%) e casados (48,9%). Cerca de 97,7% possuíam filhos (média de 5,7 ± 3,7), praticantes da religião católica (79,0%), baixa escolaridade (54,0%), aposentados (72,2%), recebiam de 1 a 3 salários mínimos (82,4%) e não fumavam e nem bebiam (71,0%). Em relação à percepção de saúde, a maioria referiu algum tipo de agravo (80,5%). Verificou-se uma alta prevalência de Hipertensão Arterial (60,8%) e 72,2% faziam uso de algum medicamento. Com relação às Atividades da Vida Diária (AVD’s), a maioria apresentou independência em: pentear os cabelos, vestir-se, tomar banho, deitar e levantar da cama, e comer sua refeição; porém, apresentaram incapacidade funcional para as AVD’s como: sair de casa para caminhar curtas distâncias, caminhar em superfície plana e ir ao banheiro em tempo. Quanto as Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD’s), a maior dependência esteve relacionada com: sair de casa dirigindo, cortar as unhas dos pés, subir e descer escadas, lavar e passar a roupa. As atividades com maior independência foram: cuidar do dinheiro e preparar sua própria refeição. As mulheres mostraram-se mais independentes que os homens tanto para as AVD’s quanto para as AIVD’s, sendo que na medida que aumenta a idade também aumenta o nível de dependência.
CONCLUSÃO:
Os resultados apresentados coincidem com a problemática sócio-demográfica e de saúde que vive o idoso em outras regiões do país. Os idosos avaliados apresentaram uma baixa condição sócio-econômica (baixa renda, escolaridade, etc). Houve uma maior prevalência de hipertensão e mostraram mais dependência para as AIVD’s do que com as AVD’s. Neste sentido é importante continuar o trabalho de levantamento do perfil sócio-demográfico, epidemiológico e de saúde desta população na medida que estes subsidiam informações para a prática da promoção da saúde. Além disso, é de soma importância para a sociedade a manutenção da capacidade funcional dos idosos, haja vista, ser necessário não somente aumentar a expectativa de vida, mas também que eles possam viver com qualidade.
Instituição de Fomento: Universidade do Estado do Amazonas - UEA
Palavras-chave: Idosos, Capacidade Funcional, AVD´s e AIVD´S.