61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 5. Relações Internacionais
A INTEGRAÇÃO NO NORTE DO SUBCONTINENTE SUL – AMERICANO
Ananda Anália Vitor Benício de Sales 1
1. Universidade Federal de Roraima (UFRR)
INTRODUÇÃO:
Este painel trata de verificar o redirecionamento do processo de integração do cone sul para o norte da América do Sul. Atualmente, esse movimento se tornou tão relevante com a adesão da Venezuela ao Mercosul (Mercado Comum do Sul) e com a presença de governos da esquerda que priorizam o fortalecimento da cooperação no subcontinente. Além disso, o fato de possuir a floreta Amazônica como uma parte expressiva do território sul-americano, e por esta ser fundamental na temática ambiental global, a mudança de foco para o norte se fortaleceu nos últimos anos. A discussão sobre o assunto é necessária por envolver diferentes áreas e atores, além das consequências refletirem diretamente na sociedade brasileira e internacional.
METODOLOGIA:

Análise do movimento integracionista dos países sul-americanos se redirecionando para o norte do subcontinente, através de pesquisa da imprensa nacional e internacional, de sítios virtuais especializados em diplomacia, política internacional, segurança, defesa e integração regional. Consultam-se materiais bibliográficos, discursos dos presidentes dos Estados da América do Sul, documentos produzidos pelas instituições de integração regional e outros documentos oficiais produzidos pelos Estados-parte.

RESULTADOS:
A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) que surgiu em decorrência do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), foi o primeiro processo de colocar a região norte do subcontinente em evidência através da floresta Amazônica e por sua estratégica impulsionar o desenvolvimento dos países e da região através dos patrimônios naturais e também da preservação. Outro ponto relevante foi em 2000, com a realização de uma reunião com todos os presidentes da América do Sul de onde nasceu a Iniciativa de Integração da Infra-estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), um processo de integração física que visa melhorar as relações e a integração entre os Estados. A IIRSA enfrenta problemas como a questão energética e os assuntos ambientais que geram inúmeras discussões a cerca dos projetos, outro fator são as disparidades entre os países. Desde então, os processos de integração regional no subcontinente ganharam destaque nos discursos, a UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) e o Conselho de Defesa Sul-Americano ilustram esse movimento que muda perspectivas de integração que inclui também o norte do subcontinente e não somente o cone sul ou a região andina.
CONCLUSÃO:

Iniciativas como Mercosul (Mercado Comum do Sul), a Comunidade Sul-Americana de Nações (CASA) posteriormente moldada como UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) demonstram que a cooperação entre o subcontinente está cada vez mais relevante. A OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) e a IIRSA (Iniciativa de Integração da Infra-Estrutura Regional Sul-Americana) que são destinadas a atender as necessidades sociais e estruturais são mais concretas em relação à integração dos países do norte, mas não são prioridades. A extensão do Mercosul para o norte, com a efetivação da entrada da Venezuela atrairia mais atenção para norte da América do Sul para os tomadores de decisão, muito provavelmente impulsionaria esses programas integracionistas que muitas vezes não saem dos discursos. Entretanto, as conseqüências de uma integração desse porte devem ser analisadas antes de qualquer medida, pois há elementos positivos e outros negativos onde os resultados muitas vezes anulam os benefícios obtidos.

Palavras-chave: Integração Regional, América do Sul, Norte.