61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 6. Química Inorgânica
PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE NANOCOMPÓSITOS DE NANOTUBOS DE CARBONO E TiO2 E SUA APLICAÇÃO EM CÉLULAS SOLARES
Lívia Mesquita Dias Loiola 1
César Avellaneda 1
Ana Flávia Nogueira 1
1. Instituto de Química - UNICAMP
INTRODUÇÃO:

As células solares sensibilizadas por corante são dispositivos capazes de transformar energia solar em energia elétrica. Essas células fotoeletroquímicas são constituídas por filmes de TiO2 nanoestruturado sensibilizado por um corante inorgânico e de um eletrólito líquido. O corante sensibilizador absorve fótons e injeta elétrons na banda de condução do TiO2. Estes se difundem através do filme até atingir o circuito externo onde são coletados por um eletrodo de platina, enquanto o corante é regenerado por um par redox presente no eletrólito. Atualmente essas células atingem eficiência de 11 %, sob intensidade de 100 mWcm-2 e área ativa < 0,3 cm2. Um dos maiores desafios para se obter dispositivos com maior eficiência de conversão é melhorar o transporte dos elétrons, que ocorre por difusão, através da rede de nanopartículas. A utilização de nanotubos de carbono associado às nanopartículas de TiO2 como fotoeletrodo pode direcionar melhor o fluxo de elétrons, aumentando a difusão desses portadores e, como conseqüência, a geração de fotocorrente. A proposta deste trabalho consiste em desenvolver células solares baseadas em nanocompósitos de nanotubos de carbono e TiO2 nanocristalino.

METODOLOGIA:

Os nanotubos de carbono de parede múltiplas são inicialmente modificados com a introdução de grupos carboxílicos. Para a funcionalização de 25 mg de MWCNT, são necessários 75mL HNO3 e 25mL H2SO4 concentrados mantidos sob aquecimento e refluxo.

                Para o preparo da dispersão de TiO2/MWCNT são misturados 3g TiO2 P25 comercial com 5mL H2O, 100μL acetilacetona,  50μL Triton-X e diferentes quantidades de MWCNT funcionalizados.

                Para a montagem das DSSC, a dispersão é depositada sob vidro condutor dopado (FTO) na forma de um filme pela técnica doctor blade. Em seguida, o filme é sinterizado e sensibilizado com corante de Ru (N719) durante 24 horas. O eletrólito, composto pelo par redox I-/I3- em matriz polimérica P(EO-EM), é adicionado ao filme que é por fim recoberto pelo contra-eletrodo de Pt.

A caracterização das DSSC é feita a partir da obtenção das curvas I-V em banco ótico  sob irradiação de luz a 10 e a 100mWcm-2 sob as células de 0,25cm2.
RESULTADOS:

Imagens de AFM e MEV mostram os filmes de TiO2 e TiO2/MWCNT, de morfologia e rugosidade semelhantes, formados por nanopartículas interconectadas. As medidas de DRX mostram que o padrão dos picos de difração são semelhantes para os diferentes materiais que compõem os fotoeletrodos  de TiO2 e TiO2/MWCNT. A caracterização das DSSC baseadas em TiO2 e em TiO2/MWCNT foi feita a partir das curvas I-V obtidas com intensidade de luz de 100 mW/cm2 e de 10 mW/cm2. Uma melhor eficiência foi obtida para as células solares com eletrodos modificados com MWCNT a 100 mW/cm2 , obtendo-se FF ~ 49%, corrente de curto-circuito de 20,2mAcm-2, potencial de circuito aberto de 0,74V e eficiência de conversão de energia de ~ 7,31%.

CONCLUSÃO:

Eletrodos nanoestruturados foram preparados para aplicações fotoeletroquímicas a partir da dispersão de nanotubos de carbono de paredes múltiplas em TiO2. Os resultados mostram um aumento considerável da eficiência de conversão de energia das células solares modificadas. A melhora no desempenho dessas células ocorre principalmente devido ao aumento da fotocorrente gerada pelos dispositivos em até 85%. Assim, os MWCNT incorporados à dispersão de TiO2 melhoram as propriedades de transporte eletrônico dos eletrodos porosos.

Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo
Palavras-chave: células solares, TiO2, nanotubos de carbono.