61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
PRODUÇÃO DE MASSA SECA DE NÓDULOS E NÚMERO DE NÓDULOS NA CULTURA DO CAUPI, EM FUNÇÃO DE ESTRESSE HÍDRICO
Leandro José Uchôa Lemos 1
Arles Santos Lopes 3
Flávio José Rodrigues Cruz 2
Hugo Leonardo Santos de Souza 2
Samuel Christian Cohen Farias 1
1. Graduando do 7º semestre de Agronomia/UFRA
2. Pós-graduando em Agronomia/UFRA
3. Engenheiro Agrônomo
INTRODUÇÃO:

O cultivo do feijão caupi (Vigna unguiculata L.) é bastante disseminado na região norte e nordeste do país, por se tratar de uma planta resistente ao calor e a limitações hídricas. No Brasil a cultura ocupa uma área de 1,4 milhão de hectares, sendo o Estado do Ceará o maior produtor, segundo dados da Embrapa Meio Norte. Nessas regiões, ele representa uma das principais fontes protéicas na alimentação humana, podendo ser consumido na forma de grãos verdes ou secos. E por ser uma planta da família das leguminosas possui a capacidade de realizar simbiose com bactérias do tipo rizóbio que fixação o N atmosférico, suprindo assim a necessidade de N para a planta, porém esse suprimento só será satisfatório se ocorrer uma boa nodulação. Como a fixação de N esta ligada à fotossíntese da planta hospedeira, pois os nódulos precisam dos fotoassimilados para tornarem-se ativos, quando há omissão de água, a fotossíntese é afetada e conseqüentemente a atividade nodular diminui. Pesquisas anteriores mostraram que a limitação de água no solo provocou uma redução no número e massa seca de nódulos. Dessa maneira o trabalho a seguir tem a finalidade de apresentar o efeito do estresse hídrico na produção de massa seca e número de nódulos na cultura do feijão caupi.

METODOLOGIA:

O experimento foi realizado em casa de vegetação, localizada na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), na data de 21/09/08 com o plantio da cultura do caupi, cultivar BR-3 Tracuateua. O delineamento estatístico adotado foi o inteiramente casualizado, disposto em arranjo fatorial 2X3X4, sendo duas condições hídricas: plantas irrigadas (T1) e não-irrigadas (T2); em três períodos (P1, P2 e P3) de tempo (4, 8 e 12 dias) com quatro repetições. O cultivo usou um Latossolo Amarelo Distrófico de textura média como substrato, coletado na camada de 0-20 cm e colocado em vasos de polietileno com capacidade de 3 dm-³; se deixou uma planta por vaso, após 10 dias de implantação se fez adubação foliar de NPK na formulação 10-20-20, na quantidade de 100 kg.ha-¹. A coleta do número de nódulos (NNOD) e massa seca de nódulos (MSNOD) foi realizada no período de 30 dias após o cultivo, finalizando aos 42 dias. As amostras foram contadas manualmente colocadas em saco de papel e levadas para estufa de ventilação forçada, temperatura de 65° C durante 72 horas, se pesou a massa seca em balança analítica com sensibilidade de 0,01g. As variáveis analisadas foram submetidas à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade usando o pacote estatístico Assistat.

RESULTADOS:

O número de nódulos (NNOD) não se diferenciou estatisticamente entre os Tratamentos irrigados (T1) e não irrigados (T2), apresentando uma média de 6,25 nódulos.vaso-¹ para cada tratamento, sendo que no T1 a quantidade de nódulos oscilou de 6 nódulos.vaso-¹ nos períodos (P1) e (P3) e 7,5 nódulos.vaso-¹ no período (P2).

Já no T2, a quantidade reduziu de 6,5 nódulos.vaso-¹ no período (P1) para 6 e 5,5 nódulos.vaso-¹ nos períodos (2) e (3) respectivamente.

Em relação à massa seca de nódulos (MSNOD), constatou-se que no T1 também ocorreu uma oscilação, onde no período (P2) foi o menor valor encontrado 0,03 g.vaso-¹ para MSNOD e nos demais períodos obtiveram-se 0,09 g.vaso-¹ e 0,11 g.vaso-¹ de massa seca de nódulos respectivamente.Para o T2, o aumento de período em estresse proporcionou uma redução à massa seca de nódulos , podendo ser verificado pelo resultado encontrado para os períodos (1), 0,31 g.vaso-¹; (2), 0,08 g.vaso-¹ e (3), 0,06 g.vaso-¹ de MSNOD.Pode-se notar que a MSNOD e NNOD tiveram comportamentos semelhantes para os tratamentos (T1) e (T2), permitindo considerar que em T1 o aumento no número de nódulos refletiu na redução de MSNOD, porém a redução de MSNOD em (T2) está relacionada com o aumento dos períodos em estresse, devido à redução da fotossíntese da planta.

 

CONCLUSÃO:

A média do número de nódulos nos Tratamentos foi de 6,25.

O estresse hídrico reduziu a massa seca de nódulos.

Instituição de Fomento: Universidade Federal Rural da Amazônia
Palavras-chave: Fotossíntese, Fixação de nitrogênio, Irrigação.