61ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 2. Fisiologia Comparada |
Atividade da tripsina, amilase e maltase durante o desenvolvimento embrionário e larval de tambaqui, Colossoma macropomum (CUVIER, 1818). |
Katherine López Vásquez 1 Karen Yuri Suguiyama da Silva 1 Adalberto Luis Val 1 |
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA |
INTRODUÇÃO: |
Um dos principais entraves no desenvolvimento de pacotes tecnológicos no cultivo sistematizado de espécies nativas de importância comercial na região amazônica e que apresentam potencial para piscicultura como o tambaqui, Colossoma macropomum é a falta de conhecimentos sobre suas exigências nutricionais. Conseqüentemente, as dietas disponíveis no mercado, para a maioria dessas espécies, não são balanceadas. Desta forma, a inadequada relação entre as concentrações dos nutrientes na dieta pode conduzir ao aumento da mortalidade e à diminuição na taxa de crescimento e conversão alimentar. Conhecer a habilidade do tambaqui, em hidrolisar carboidratos, lipídeos, proteínas, fibras e outros nutrientes, considerando as mudanças de hábito alimentar que apresenta durante sua vida, requer identificação das enzimas digestivas durante seu desenvolvimento ontogenetico. Estas informações podem ajudar a determinar o momento ótimo para a primeira alimentação, bem como, as potencialidades e limitações do uso de alimentos artificiais. O objetivo do presente trabalho foi determinar a atividade das enzimas digestivas pancreáticas tripsina e amilase e a enzima associada à borda em escova da membrana intestinal maltase durante o desenvolvimento embrionário e larval do tambaqui. |
METODOLOGIA: |
As coletas foram realizadas no Centro de Tecnologia, Treinamento e Produção em Aqüicultura – CTTPA localizado a |
RESULTADOS: |
A atividade das enzimas tripsina e amilase foi detectada em larvas 1 HAE (0,02 ± 0,001 e 0,018± 0,001 U/mg de proteína, respectivamente) aumentando progressivamente até alcançar a máxima atividade em juvenis com 45 DAE (1,87 ± 0,04 U/mg de proteína) e 90 DAE (2,73 ± 0,013 U/mg de proteína), respectivamente. No momento da eclosão o pâncreas de algumas espécies de peixes está formado e é funcional, embora nesta etapa o sistema digestório não esteja completamente diferenciado (Person-Le Ruyet, 1989). Já a maltase foi detectada em larvas ainda movimentando-se na cápsula ovular (0 HAE) (0,02 ± 0,006 U/mg de proteína) aumentando progressivamente até alcançar um pico de atividade em larvas com 72 HAE (0,35 ± 0,01U/mg de proteína), coincidindo com a abertura da boca e provável inicio da alimentação exógena até alcançar a máxima atividade em juvenis com 90 DAE (8,65 ± 0,005 U/mg de proteína) (P< 0,05). O aumento de atividade das enzimas relacionadas com as etapas intermediária e final do processo digestivo em larvas de peixes é associada à presença de enterócitos funcionalmente mais desenvolvidos (Zambonino Infante & Cahu, 2001). A presença das principais enzimas digestivas no momento da apertura da boca tem sido demonstrada em outras espécies como, Dentex dentex (Gisbert et al., 2009). |
CONCLUSÃO: |
O tambaqui, C. macropomum, possui as enzimas digestivas que o habilitam a digerir e absorver carboidratos e proteínas antes mesmo da abertura da boca e do início da alimentação exógena. Isso sugere que a aquisição das funções digestivas desta espécie de peixe é um pré-requisito para o início da alimentação exógena. Estudos complementares com outras enzimas poderiam ajudar a determinar o momento adequado para a primeira alimentação, bem como, direcionar a escolha dos ingredientes, e a proporção dos nutrientes energéticos e estruturais para elaboração de uma ração adequada ao estágio de desenvolvimento. |
Instituição de Fomento: Trabalho financiado pelo Projeto Pronex (CNPq), FAPEAM, INPA CAPES |
Palavras-chave: Ontogenia, Enzimas digestivas, Colossoma macropomum. |