61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 6. Geoquímica
CONCENTRAÇÕES DE FERRO, MANGANES, NÍQUEL E ZINCO NOS SEDIMENTOS DE CORRENTE DO TRECHO ITAOCARA-SÃO FÍDÉLIS, NO BAIXO CURSO DO RIO PARAÍBA DO SUL - RJ
Gustavo Teixeira de Andrade 1
Marilu de Meneses Silva 2
1. IGEOG, UERJ
2. FGEL, UERJ
INTRODUÇÃO:
O levantamento das concentrações dos metais pesados ferro, manganês, níquel e zinco nos sedimentos de corrente do Rio Paraíba do Sul, em trecho localizado entre Itaocara e São Fidélis, no Estado do Rio de Janeiro, permitiu conhecer os níveis de disponibilidade desses metais para o ambiente. Os metais pesados retidos nos sedimentos por meio de processos físico-químicos como adsorção (argilominerais), precipitação (carbonatos), coprecipitação (óxidos-hidróxidos de Fe e Mn), complexação/floculação (matéria orgânica), tendem a ser liberados em função das mudanças das condições físico-químicas do meio aquático, podendo ficar disponíveis para os processos metabólicos da biota. Ao entrar na cadeia alimentar, esses metais tornam-se tóxicos para os seres vivos, inclusive para o homem. Porém, quando presos no retículo cristalino dos minerais que compõem os sedimentos fluviais, eles estão inertes, encontrando-se na fase residual e só serão solubilizados através do intemperismo, numa escala geológica de tempo.
METODOLOGIA:
Nos 19 pontos de amostragem foram analisados in situ os parâmetros físico-químicos das águas, como temperatura, pH, Eh e condutividade elétrica, com aparelhos portáteis específicos, marca DIGIMED. As amostras coletadas com auxílio de amostrador cilíndrico de PVC , foram submetidas à extração sequencial segundo Tessier et al (1979), que consistiu em obter os metais pesados mostrando a sua distribuição nas fases ou suportes geoquímicos em que eles se encontravam disponíveis (fases trocável, carbonatada, redutível e orgânica) e quimicamente inertes (fase residual). As leituras foram feitas no Espectrômetro de Absorção Atômica, SPECTRAA10 PLUS BQ, da VARIAN, usando-se duplicatas, padrões internos e branco de reagentes.
RESULTADOS:
As condições físico-químicas encontradas foram pH (5,49 a 7,14), Eh (170 a 324 mV), temperatura (24o a 26o C) e condutividade elétrica (40 a 83 S.cm -1). As concentrações em mg.g -1 dos metais, nas fases em que estavam disponíveis, foram as seguintes: na fase trocável o Fe total variou entre 5,6 a 158,2; o Mn de 213 a 626; o Zn entre 8,8 a 39,8 e o Ni de 0,80 a 3,00; na fase carbonatada o Fe total variou entre 680 a 3.856; o Mn de 84 a 619; o Zn de 24,2 a 253,0 e o Ni de 0,80 a 3,60; na fase redutível Fe total variou de 260 a 8380; o Mn de 92 a 1298; o Zn de 11,8 a 253,0; o Ni de 0,80 a 3,60; e na fase orgânica o Fe total de 160 a 1418; o Mn de 17 a 218; o Zn de 4,8 a 22,0 e Ni de 0,80 a 2,40. Na fase residual, não disponíveis, os teores apresentados foram Fe total de 37600 a-65000; o Mn de 134 a 234;o,Zn de 62,5 a118,50 e o Ni de 45 - 67 mg.g -1.
CONCLUSÃO:
Nas condições físico-químicas detectadas, os metais estudados apresentaram-se em todas as fases, disponíveis e não disponíveis. Com relação à disponibilidade, o Ferro, Manganês e Zinco se destacaram pelas altas concentrações apresentadas. Na fase residual, o Ferro e Zinco apresentaram concentrações significativas (entre 18 a 51% do seu total). Isto indicou que os minerais primários que constituem as rochas da área pesquisada ainda são os principais retentores desses metais nesse trecho do rio.
Instituição de Fomento: FAPERJ/FAP-UERJ.
Palavras-chave: Metais Pesados, Rio Paraíba do Sul, Estado do Rio de Janeiro.