61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
ESTRATÉGIAS EDUCATIVO-PREVENTIVAS EM SAÚDE BUCAL INSERIDAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS  
Laís Vilhena de Oliveira 1
Juliana Mesquita Vidal Martínez de Lucena 1
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IF-AM)
INTRODUÇÃO:

A concepção de uma educação direcionada para a memorização de informações sem nenhuma aplicação diária para o aluno é ainda predominante em muitas escolas. Isso gera uma perda de oportunidades como a da prevenção de doenças com medidas simples e práticas diárias. Doenças como a dengue, malária, febre amarela, verminoses e outras, recebem destaque nos livros didáticos. Entretanto, a cárie dental que pode funcionar como porta de entrada para o comprometimento de outros sistemas orgânicos, continua negligenciada no contexto escolar. A maioria dos programas educativos para a saúde bucal é direcionada para a faixa etária dos 6 aos 12 anos. Pouco tem sido feito para a conscientização e motivação de adolescentes, os quais oferecem resistência natural a qualquer instrução sobre cuidados básicos e atividades com regras e disciplina, fator indispensável à prevenção de doenças bucais. Por outro lado, seu nível de desenvolvimento cognitivo é adequado à compreensão do processo infeccioso e reações bioquímicas que envolvem o desenvolvimento das doenças bucais. Nesse contexto, tem-se como objetivo desenvolver ferramentas pedagógicas que auxiliem o professor de ensino médio no ensino dos mecanismos envolvidos na doença cárie.

 

METODOLOGIA:

Foram desenvolvidos e testados em laboratório, experimentos educativos com o intuito de representar o fenômeno de desmineralização que ocorre nos tecidos dentários, utilizando materiais regionais e de baixo custo. Como soluções ácidas e indutoras de desmineralização foram utilizados: vinagre comum (ácido acético), coca-cola®, suco de polpa de cupuaçu, acerola e araçá-boi. Como substratos, representando dentes humanos, foram utilizadas escamas de pirarucu e cascas de ovos. Os substratos foram colocados nas soluções ácidas por 24 h. O grau de desmineralização foi medido por comparação com os substratos do grupo controle, imersos em água destilada, segundo dois parâmetros: consistência e coloração. A coloração foi realizada por imersão em infusões de duas plantas medicinais que resultam em chás de cor vermelha intensa: Arrabidaea chica (crajirú) e Eupatorium ayapana (japana vermelha).

RESULTADOS:

Este experimento simulou o que acontece quando nos alimentamos. A escama de pirarucu e as cascas de ovos representam os dentes, e as soluções ácidas, os ácidos na placa dentária. Os ácidos da boca são muito semelhantes aos das soluções utilizadas, reagem com o alimento e começam a atacá-lo. Isso é demonstrado através da formação de pequenas bolhas sobre as escamas e as cascas dos ovos (reação química imediata de desmineralização). Após 24h, pôde ser observado que os ácidos removeram parte do bicarbonato de cálcio presente nos substratos, deixando as escamas mais flexíveis e as cascas de ovos amolecidas. Enquanto aqueles que estavam presentes nos recipientes com água destilada permaneceram inalteradas, corando-se menos com as infusões de A. chica e E. ayapana, em comparação aos substratos que haviam sido imersos em água destilada que resultaram em uma coloração pálida.

 

CONCLUSÃO:

Diante do exposto, viu-se a possibilidade de adotar práticas simples e com materiais regionais e de baixo custo para demonstrar o conhecimento científico sobre o desenvolvimento da doença cárie. Sugere-se que o professor busque utilizar essa ferramenta didática para o enriquecimento das aulas de ciências biológicas, associando conteúdos do ensino médio com a necessidade de prevenir doenças bucais. Isso poderá despertar a curiosidade e a motivação dos adolescentes para o cuidado com a sua higiene bucal.

Instituição de Fomento: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IF-AM)
Palavras-chave: Saúde bucal, Ciências, Estratégias pedagógicas.