61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
MICOFLORA ANEMÓFILA EM ESCOLA NA CIDADE DE MANAUS/AM
Michael Rubem Miranda Tiago 1
José Augusto Almendros de Oliveira 1
Ana Cládia Alves Cortez 1
1. Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia - INPA
INTRODUÇÃO:
A atmosfera se constitui em uma via de disseminação de um tipo peculiar de microbiota, onde a dispersão das células reprodutivas da maioria dos fungos e de muitos outros microrganismos depende do ar, para seu transporte. Os fungos do ar são chamados de “contaminantes” ou “anemófilos”. Os fungos anemófilos atuam como bioalérgenos, sofrendo variações amplas de acordo com a temperatura e a umidade relativa do ar, a velocidade dos ventos, bem como das estações climáticas. Os processos alérgicos, como rinite, asma alérgica, sinusite alérgica, micoses pulmonares bem determinadas entre outras, são manifestações provocadas por fungos anemófilos (LACAZ, et al., 2002). Este trabalho teve como objetivo detectar a micoflora anemófila local, na tentativa de suprir informações, para obtenção de conhecimentos que respondam a respeito dos agentes mais freqüentes, causadores de processos alérgicos e ou micoses pulmonares.
METODOLOGIA:
Foram selecionados para coleta dos fungos anemófilos 9 pontos externos e 28 internos de uma escola de ensino fundamental Escola Estadual Djalma Batista/Manaus, somando um total de 37 pontos. Os pontos foram estabelecidos levando-se em consideração a presença dos alunos nos locais. Foi aplicada a técnica de exposição de placas de Petri contendo meio de cultura, descrita por Minami (2003). A exposição consistiu em abrir as placas de Petri contendo ágar Sabouraud mais antibiótico (clorofenical) nos pontos selecionados, a exposição foi estabelecida durante cinco minutos, a altura de 1 metro. Para identificação foi realizado o exame microscópico direto das colônias ou técnica de desfragmentação (LACAZ, et al. 2002).Para a identificação foi utilizada a técnica de cultivo sobre lâmina (RIDDELL, 1950).
RESULTADOS:
Um mil duzentos e setenta (1.270) colônias foram isoladas nas três coletas realizadas nos meses de (Outubro, Novembro,Dezembro), sendo 371 isoladas de 8 pontos externos, e 899 de 29 pontos internos. O gênero Aspergillus sp. apresentou uma freqüência de 31,7%, seguido pelos gêneros Curvularia sp. com 21%, Drechslera sp. com 15%, Cladosporium sp. com 13%, e Penicillium sp. com 11%, estes foram os gêneros mais freqüentes. Nos pontos externos os gêneros mais freqüentes foram Curvularia sp. 31%, Aspergillus sp. 20%, e Cladosporium sp. 8,7%. Nos pontos internos as maiores freqüências foram de Aspergillus sp. 36%, Curvularia sp. 17%, Cladosporium sp. 14,8%, e Drechslera sp. 12,8%. Foram identificados ao todo 11 gêneros, sendo eles Aspergillus sp, Curvularia sp, Cladosporium sp, Penicillium sp, Drechslera sp, Fusarium sp, Nigrospora sp, Nodulysporium sp, Trichoderma sp, Pestalotia sp, e Alternaria sp.
CONCLUSÃO:
Os resultados encontrados demonstram que o gênero Aspergillus sp. foi nitidamente o gênero predominante, sendo que nos pontos externos a maior predominância foi do gênero Curvularia sp., e nos internos foi de Aspergillus sp. Os gêneros encontrados foram Aspergillus sp, Curvularia sp, Cladosporium sp, Penicillium sp, Drechslera sp, Fusarium sp, Nigrospora sp, Nodulysporium sp, Trichoderma sp, Pestalotia sp, e Alternaria sp, caracterizando assim a micoflora existente na escola. As informações alcançadas oferecem importante suporte para os tratamentos de patologias que tenham intima relação com os fungos anemófilos
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: fungo, anemófilo, escola.