61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
ATIVIDADES LÚDICAS E ENSINO-APRENDIZAGEM SEGUNDO UM GRUPO DE PROFESSORES DA ESCOLA ESTADUAL “MARIA DE FÁTIMA GIMENEZ LOPES” – SINOP - MT
Kelen Regina Araújo 1
Felício G. Junior 1
1. Universidade Federal de Matogrosso - UFMT - Campus de Sinop
INTRODUÇÃO:
Este trabalho apresenta estudo relacionado com a importância, usos e significados das atividades lúdicas no ensino-aprendizagem segundo concepções de um grupo de cinco professores da Escola Estadual Maria Fátima Gimenez Lopes do município de Sinop, Mato Grosso. O diálogo com as concepções dos professores e autores, como Moreira (2000) - O aluno deve interagir com aquilo que internalizou, e reorganizar seu conhecimento, Chaguari (2006) e Morais (2007) - O lúdico enquanto motivação e desejo de aprender e Brougére (2000) - a brincadeira não tem uma função especifica o que pode passar a impressão de inutilidade, mas o que define o sentido real dela é a fabricação de seus objetos e a utilização não habitual dos objetos que a cercam a criança, consiste o referencial de análise. O desenvolvimento da pesquisa no contexto da prática de ensino e estágio supervisionado do curso de licenciatura Plena em Ciências Naturais e Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso – Campus de Sinop propiciou compreender perspectivas de construção de atividades centradas no aprendizado nas diferentes fases dos ciclos de formação humana.
METODOLOGIA:
Os dados foram coletados por meio de entrevistas abertas com questões pré-estruturadas, desencadeadoras de diálogo informal com os professores, com o objetivo de compreender as representações do grupo de professores no que concerne a atividades lúdicas - se aplicam e como o fazem em suas aulas. O referencial teórico citado anteriormente possibilitou analise qualitativa do lúdico como forma de estimulo/aprendizagem e o contexto, quando e como é utilizado, a importância desta prática e como isso se reflete nos alunos - respostas em sala de aula em situações de ensino-aprendizagem, com a finalidade de compreender a utilidade e aplicabilidade em situações reais.
RESULTADOS:
Encontramos concordância entre os professores de que é importante se trabalhar com atividades lúdicas em sala de aula, pois proporcionam socialização, interação entre os alunos, porém utilizam-se destes métodos poucas vezes, pois envolve disponibilidade de tempo para preparação de material e planejamento de conteúdos e que nem sempre os alunos associam as atividades ao conteúdo, nem sempre compreendem os objetivos propostos. A representação do conceito de lúdico está associada a jogos e brincadeiras, menos em motivação e formas de se trabalhar que se distanciam de simples utilização de materiais industrializados. De acordo com os professores, atividades motivadoras relacionam o conteúdo ao dia a dia do aluno, são aquelas que apresentam desafios, sendo necessários objetivos definidos, organização, ambiente adequado, materiais e tempo. Segundo eles estas atividades contribuem em aprendizagem para os alunos, melhor assimilação do conteúdo, prazer em aprender, proporcionando aos alunos maior capacidade de interpretação, raciocínio e socialização. Os professores dizem que raramente, ou que apenas alguns alunos passam por processo de assimilação, pois nem sempre o lúdico possibilita aproximar o conteúdo da realidade em que o aluno inserido.
CONCLUSÃO:
Com este trabalho pudemos abrir o horizonte para o conceito de atividade lúdica não só como a brincadeira ou jogo, mas a encará-la como uma forma de aprendizado indispensável à formação e a capacidade de movimentar conhecimentos e saberes, cujo papel seria criar associação entre a ação e a ficção, ou seja, corresponde ao suporte de conhecimento prévio. O lúdico permite a interação do aluno diretamente com o objeto de estudo e com os colegas, onde no caso de um jogo o aluno terá de aprender não somente as regras como também a trabalhar em equipe. A brincadeira não deve ser deixada apenas para hora do recreio, o aprendizado de maneira não formal, sem a rigidez das regras e da rotina faz com que a criança seja instigada a tomar o objeto de estudo para si interagindo com ele e a partir disso movimenta seus conceitos. Enquanto os professores trazem as atividades lúdicas como relacionadas a regras, Brougére (2000) as apresenta como uma fuga a lei, mostrando que o dinamismo e rotina adotada pelos professores para controlar as turmas e manter a ordem, deve ser repensada e a transgressão as regras é valida quando o aluno adquire conhecimento por meio dela.
Palavras-chave: atividades lúdicas, objetivo, ensino-aprendizagem.