61ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação |
OS FIOS QUE COMPÕEM OS ESPAÇOSTEMPOS DO GRUPO COORDENADOR TEMPOS NA ESCOLA |
Suzi Mara de Almeida Passos 1, 2 Alan Willian de Jesus 2 André Santos do Nascimento 2 Luka de Carvalho Gusmão 2 Maria Paula Pinto dos Santos Belcavello 2 Luciana Pacheco Marques 1, 2 |
1. Programa de Pós-graduação em Educação da UFJF 2. Faculdade de Educação da UFJF |
INTRODUÇÃO: |
A partir da implantação do Programa Escola de Educação No processo de trabalho foi constituído um grupo coordenador, do qual fazem parte membros das três instâncias parceiras – Universidade, Secretaria de Educação e escolas – com o objetivo de organizar e planejar o desenvolvimento do projeto. A partir do processo de trabalho do referido grupo é que fomentamos a presente pesquisa, com o intuito de analisar a teia de relações que substancia as ações desse grupo, pretendendo, assim, compreender as forças dinâmicas e idiossincráticas do mesmo.
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METODOLOGIA: |
Cientes da impossibilidade da aplicação dos paradigmas científicos positivistas para conhecermos as composições idiossincráticas do Grupo Coordenador Tempos na Escola, buscamos o Paradigma Indiciário através do diálogo com Carlo Ginzburg (1989), que organizou um sistema investigativo baseado na interpretação de indícios, assentado nos detalhes, de tal forma que aquilo que é aparentemente sem importância e que pode passar despercebido, na verdade, é essencial à compreensão do(s) fenômeno(s) em que estão inseridos. Fizemos observação e análise das atas do Grupo Coordenador Tempos na Escola, das reuniões semanais que acontecem às 5as. feiras, no horário de 14 às 16 hs, durante o ano de 2008. |
RESULTADOS: |
Observamos que o referido grupo vive a/na diversidade do ser humano, portanto a tessitura da roupagem que o caracteriza se dá a partir dos fios das várias vestimentas que cada membro carrega, costuradas pelas inter-relações estabelecidas nas instituições onde estão filiados, como escola, secretaria de educação, universidade etc. A partir dessas filiações configura-se aquilo que somos e como nos posicionamos diante do mundo, ficando ocultas as conexões que nos identificam, cujos sentidos se fazem somente quando desveladas. Eis o que fizemos: identificamos os indícios da existência de três instâncias: o poder, o saber e o fazer, que mesmo sendo interdependentes, sobrepõem-se em relação de desequilíbrio. Historicamente, estas instâncias vêm sendo utilizadas como se fossem desconexas. Assim, as secretarias de educação, as universidades e as escolas tendem a ressaltar somente uma das instâncias, desvalorizando as outras, dificultando a interação entre elas, gerando grandes prejuízos para a conquista dos avanços necessários à educação. Os rastros da sobreposição entre as instâncias ficaram visíveis nas ações do grupo, quando as escolas somente se remetiam ao fazer, a secretaria ao poder e a universidade ao saber. Foram, então, criadas estratégias para romper com tais territorializações, como: 1) a participação dos bolsistas da Universidade nos fazeres cotidianos da escola; 2) a rotatividade na coordenação das reuniões do Grupo Coordenador Tempos na Escola, que ora é de alguém da Secretaria, ora de um membro da Universidade, ora de profissional oriundo da escola; 3) a manutenção de informes nas escolas sobre as leituras feitas pelo grupo e a facilitação do acesso a tais referências, como ainda leitura de alguns destes nas reuniões pedagógicas e de formação em contexto nas escolas; 4) a participação de membros do Grupo Coordenador Tempos na Escola das três instâncias nas reuniões pedagógicas das escolas; 5) Organização coletiva do II Encontro das Escolas Municipais de Educação |
CONCLUSÃO: |
O desequilíbrio entre as instâncias de poder, saber e fazer se constitui num dificultador na implementação de projetos que pretendem uma mudança no cotidiano das práticas. No desenvolvimento do projeto Tempos na Escola, as estratégias propostas pelo Grupo Coordenador buscaram superar a territorialização construída em torno de tais instâncias, alcançando assim um podersaberfazer coletivo, com base na confluência dinâmica de todas as instituições envolvidas no processo, o que tem facilitado a implementação do Programa Escolas de Educação |
Instituição de Fomento: FAPEMIG, CNPq, CAPES |
Palavras-chave: Escola, Universidade, Poder. |