61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIHELMÍNTICA DO EUGENOL EM TAMBAQUI (Colossoma macropomum) INFECTADOS COM MONOGENÓIDES
William Sandro da Cunha Miranda 1
Edivânia da Silva Carvalho 2
Cheila Boijink 3
1. Centro Universitário Nilton Lins
2. Centro universitário do Norte
3. Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária
INTRODUÇÃO:

No Amazonas, a espécie mais cultivada e que apresenta o maior interesse econômico para a piscicultura é o tambaqui (Colossoma macropomum). Atualmente uma das questões que mais preocupam os técnicos e produtores rurais no Amazonas é a ocorrência de doenças. Muitas das enfermidades requerem práticas de manejo preventivas. Porém nem sempre são tomados esses cuidados. Esses podem representar sério risco econômico aos produtores rurais, pois os prejuízos causados pelas doenças em peixes podem atingir níveis irreversíveis. Entre as doenças parasitárias, uma das mais relatadas para o tambaqui é causada por monogenóides, que caracterizam-se pela presença de um aparelho de fixação nas brânquias do hospedeiro, debilitando o peixe, diminuindo sua capacidade de respiração, consequentemente o crescimento e em muitos casos o animal pode chegar a morte. Uma das alternativas possíveis na prevenção desses organismos é a utlização de banhos profiláticos, porém com produtos químicos relativamente perigosos como formol e inseticidas organofosforados. O eugenol tem sido apontado como um produto natural alternativo para peixes com alguma atividade antiparasitária. O presente trabalho avaliou a atividade antihelmíntica do eugenol em banhos para o tambaqui (Colossoma macropomum).

 

METODOLOGIA:

Para os banhos terapêuticos juvenis de tambaqui (peso médio 17,5 ± 4,4g) foram colocados em 12 caixas de 1000L com aeração constante, sendo separados 50 animais em cada tratamento. Dessas caixas os animais foram transferidos temporariamente para outras, para a realização dos banhos terapêuticos durante 15 minutos de exposição. Uma amostra de 15 animais por tratamento, ou seja, 5 animais de cada repetição foram colocados em água sem eugenol por 30 minutos, para que os parasitos mortos se desprendessem das brânquias.  Logo após e uma semana após os banhos terapêuticos foram sacrificados para retirada das brânquias que foram fixadas em formol (5%) para posterior contagem de monogenóides. O mesmo procedimento foi seguido para banhos de 30 e 60 minutos de exposição. Os parâmetros físico-químicos das unidades experimentais foram avaliados antes da preparação dos tratamentos e em 15, 30 e 60 minutos de exposição ao eugenol e ao final de uma semana. Os valores de pH foram obtidos com auxílio de um pH metro da marca YSI Enviromental (Modelo 100), as medidas de temperatura e oxigênio dissolvido foram realizadas com eletrodo de um monitor YSI 550-A. As concentrações de alcalinidade e dureza foram determinadas pelo método de titulação das amostras, e a amônia total pelo método de endofenol.

RESULTADOS:

O banho terapêutico com eugenol que apresentou maior eficácia no controle de monogenóides foi à concentração de 10mg/L por 60 min. de exposição. Esta concentração resultou em uma redução significativa de aproximadamente 81% no número de parasitas em relação ao grupo controle. As demais concentrações testadas apresentaram diferença em relação ao controle, após uma semana de exposição. A intensidade de parasitos teve redução significativa somente nos grupos tratados com 15 mg de eugenol /L. Durante a exposição ao eugenol os animais se apresentaram anestesiados, retornando a condição normal logo após a colocação em água sem o produto. No entanto uma semana após o tratamento, os animais tratados com 15 mg/L em banhos de 15min e 60 min de exposição o número de parasitas não apresentou diferença em relação a logo após o tratamento. O grupo 15 mg/L exposto por 15 min. apresentou um aumento na intensidade 7 dias após o tratamento.

 

CONCLUSÃO:

Os dados indicam que o tambaqui é tolerante a banhos terapêutico com eugenol.

O banho terapêutico com eugenol que apresentou maior eficácia no controle de monogenóides foi à concentração de 10mg/L por 60 min de exposição.

Mais estudos entretanto são necessários para recomendação do eugenol como antihelmíntica na aqüicultura.

 

Instituição de Fomento: FAPEAM
Palavras-chave: piscicultura, tratamento natural, parasita.