61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal
DINÂMICA DA POPULAÇÃO DE TACHIGALI MYRMECOPHILA (Ducke)Ducke NO PERÍODO DE QUATRO ANOS APÓS A EXPLORAÇÃO FLORESTAL NA REGIÃO DE PARAGOMINAS, PA.
Erick Baltazar Saldanha 1
Joycirene de Jesus Santos 1
João Olegário Pereira de Carvalho 2
Josué Evandro Ribeiro Ferreira 3
1. Universidade Federal Rural da amazônia / UFRA
2. Embrapa Amazônia oriental / EMBRAPA
3. Cikel Brasil Verde Madeiras Ltda / CIKEL
INTRODUÇÃO:

Nos últimos tempos, têm sido marcantes as pressões que os ecossistemas florestais vêm sofrendo no Brasil e no mundo. O problema é que, como todo recurso natural renovável, seu estoque não é fixo, podendo este tanto crescer quanto decrescer, de onde se conclui que sua dinâmica é bastante particular. Esse recurso aumentará se for permitida a regeneração do estoque e poderá decrescer se esta não for permitida. Portanto, os conhecimentos do estoque potencial e dos processos da dinâmica de crescimento são fundamentais para a utilização, em bases ecologicamente sustentáveis, dos recursos florestais, juntamente com estudos sobre sua viabilidade técnica e econômica. A compreensão da dinâmica dos processos que ocorrem ao longo do tempo em florestas tropicais é um grande desafio. Visualizar as mudanças, determinar suas principais causas e avaliá-las qualitativa e quantitativamente são o caminho para compreender os fenômenos que ocorrem na natureza, permitindo estabelecer relações para prever conseqüências futuras, dando ao manejador condições de realizar um manejo mais refinado. O conhecimento da fitossociologia e dinâmica das florestas tropicais são de suma importância como suporte para tomada de decisões na escolha do melhor sistema silvicultural para regenerar a floresta. O presente estudo avaliou a dinâmica  da população de Tachigali myrmecophila(Ducke) Ducke (taxi-preto) pertencente à família Leguminosae, em uma floresta natural de terra firme na região de Paragominas – PA

METODOLOGIA:

Para monitorar as populações de taxis em uma floresta natural de terra firme na região de Paragominas – PA, submetida à exploração florestal de impacto reduzido em 2004. Foram estabelecidas, aleatoriamente, 36 parcelas quadradas de 0,25 há (amostra total de 9ha), instaladas aleatoriamente em uma área de 108ha: Cada parcela foi dividida em 25 subparcelas de 10m X 10m, demarcadas com piquetes de 1,5m de altura. Nessas subparcelas foram medidas todas as árvores com DAP³10cm. Cada árvore foi devidamente numerada com uma plaqueta de alumínio com número composto de seis dígitos, sendo os dois primeiros referentes à parcela, os dois seguintes à subparcela e os dois últimos à arvore, fixada com prego a uma altura de aproximadamente 1,5m do solo e marcada com tinta vermelha no ponto de medição, para que as próximas medições sejam feitas exatamente nesse mesmo ponto. Em 5 subparcelas (10m X 10m) sorteadas, foram medidos os indivíduos com 5,0cm < DAP £ 10,0cm (arvoretas), cada individuo foi numerado com plaquetas de alumínio composto de dois dígitos. No caso de ingresso, foi utilizado um novo número, o próximo da seqüência daquela subparcela. Ainda nas subparcelas (10m X 10m) sorteadas, foi estabelecida, também aleatoriamente, uma parcela de 5m X 5m, onde foram identificados e medidos os indivíduos com 2,5cm £  DAP < 5,0cm (varas)). Para o processamento dos dados utilizou-se o programa: MFT (Monitoramento de Florestas Tropicais), desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental.

RESULTADOS:

Os indivíduos arbóreos (DAP ≥ 10cm) de Tachigali myrmecophila (Taxi-preto) no período entre 2003 e 2007 apresentaram uma taxa de mortalidade de 6,45% devido à morte de 2 indivíduos em conseqüência da colheita de madeira, A taxa de ingresso de 2003 a 2007 foi de 3.3% resultante de um ingresso em 2007. Na classe das arvoretas (5,0 cm ≤ DAP < 10,0cm), a taxa de mortalidade foi de 16,6% em conseqüência da morte de um individuo que provoca um impacto mais expressivo, devido ao menor número de indivíduos nessa classe de tamanho; a taxa de ingresso foi de 33,3% correspondendo ao ingresso de dois indivíduos após a exploração. As varas (2,5 cm ≤  DAP < 5,0cm), apresentaram um taxa de mortalidade de 33,3% referente a morte de um indivíduo em 2007; a taxa de ingresso foi de 100% correspondendo ao ingresso de 3 indivíduos após a exploração.

CONCLUSÃO:

A análise da dinâmica demonstrou que, embora a espécie Tachigali myrmecophila (Ducke) Ducke (Taxi-preto) não tenha sido colhida, algumas mudanças aconteceram e foram mais expressivas nas classes de tamanho de arvoretas e varas, que apresentaram menor número de indivíduos. Embora as árvores tenham apresentado maior taxa de mortalidade do que ingresso, os indivíduos jovens (arvoretas e varas), apresentam uma taxa de ingresso muito superior à mortalidade, sugerindo que a espécie continuará sendo muito bem representada na comunidade florestal, por muitos anos, caso a floresta também continue sendo manejada com técnicas apropriadas

Instituição de Fomento: Cikel Brasil Verde Madeiras Ltda e Universidade Federal Rural da Amazônia
Palavras-chave: Tachigali myrmecophila , exploração de Impacto reduzido., Dinâmica de espécies arbóreas.