61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
OS GAFANHOTOS OMMATOLAMPINAE (ORTHOPTERA; ACRIDOIDEA) DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM, DEPOSITADOS NA COLEÇÃO DE INVERTEBRADOS DO MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI
Ana Lúcia Nunes-Gutjahr 1
Carlos Elias de Souza Braga 2
Márlon Breno Costa Santos da Graça 1
1. Universidade do Estado do Pará / UEPA
2. Museu Paraense Emílio Goeldi / MPEG
INTRODUÇÃO:
Entre a classe Insecta, a ordem Orthoptera, encontra-se representada por insetos conhecidos popularmente como gafanhotos, grilos e esperanças, possui 25.000 espécies descritas, sendo por isso, considerada a sétima ordem em número de espécies. Os Orthoptera são desfolhadores naturais em decorrência do hábito alimentar de muitas espécies, porém, há também espécies predadoras e onívoras. Possuem grande importância ecológica e econômica devido a existência de espécies que constituem importantes pragas de plantas cultivadas. A subfamília Ommatolampinae reúne gafanhotos que exploram ambientes abertos e fechados. Este trabalho foi realizado na Coleção de Invertebrados do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), considerando os gafanhotos Ommatolampinae provenientes dos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara do Pará, que compõem a região metropolitana de Belém (RMB). A região metropolitana mantém visíveis atividades agrícolas, como observado nos municípios de Benevides e Santa Bárbara, que são mais distantes de Belém, onde existem inúmeros sítios com roças e fazendas. O objetivo deste trabalho é realizar um estudo para determinar as espécies de gafanhotos Ommatolampinae que ocorrem na RMB, dando ênfase à abundância e riqueza das espécies do acervo da coleção do MPEG.
METODOLOGIA:
Os Exemplares utilizados neste trabalho fazem parte do acervo científico da Coleção de Invertebrados do MPEG. Inicialmente foi realizado levantamento nas gavetas entomológicas dos exemplares da subfamília Ommatolampinae, quando foram separados os exemplares procedentes dos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara do Pará, que compõem a região metropolitana de Belém. Todo o material foi identificado ao nível de espécie ou morfoespécie. A identificação foi realizada com auxílio de chaves dicotômicas, descrições originais e por comparação com espécimes previamente identificados. Para a verificação dos caracteres morfológicos, utilizou-se microscópio estereoscópico SV 11 Zeiss. Todos os exemplares estudados tiveram suas etiquetas de procedência analisadas e seus dados foram anotados manualmente, realizando dessa forma o levantamento das localidades de origem, para o reconhecimento da distribuição geográfica das espécies de estudadas, provenientes da região metropolitana de Belém. Esses dados foram informatizados em planilhas do programa de computação Microsoft Excel, para facilitar as análises das informações obtidas a partir das etiquetas dos exemplares estudados.
RESULTADOS:
No acervo da Coleção de Invertebrados do MPEG foi encontrado um total de 881 exemplares de gafanhotos Ommatolampinae provenientes dos municípios que compõem a RMB. Os exemplares pertencem a 4 tribos, 12 gêneros e 17 espécies. A espécie mais abundante no acervo é Abracris flavolineta (n=425) e as menos abundantes são: Eusitalces sp., Omalotettix capadensis, Pseudococama aureoguttata e Sciaphilacris sp. representadas por apenas 1 espécime. Entre os exemplares analisados 15 espécies exploram ambientes abertos ou parcialmente ensolarados e outras duas (Clematodina eckardtiana e Locheuma brunneri) ambientes fechados. Quanto a isso, é sabido que muitas espécies de gafanhotos são heliófilas, necessitando, portanto, ficarem expostas ao sol para elevar sua temperatura corporal. Outro fato a considerar é que algumas espécies de Acridoidea podem apresentar especificidade a ambientes exclusivamente abertos, fechados ou parcialmente ensolarados, em decorrência de suas necessidades alimentares, ou seja, da vegetação da qual se alimenta, o que influi na escolha de ambientes com maior ou menor luminosidade. Deve-se, também, considerar que existem espécies pioneiras, capazes de se desenvolverem em ambientes alterados por atividades antrópicas, provenientes do uso da terra como as roças e fazendas. Em literatura pertinente C. eckarditiana é considerada uma espécie de gafanhoto que necessita de ambientes com maior umidade, como os ambientes de mata, onde pode dispor de micro-habitats específicos.
CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos neste estudo mostram que a subfamília Ommatolampinae é pouco diversa na área da região metropolitana de Belém, visto que foi registrada para essa área apenas 17 espécies dessa subfamília, no acervo da Coleção de Invertebrados do MPEG. Essa afirmação pode ser reforçada pelo fato de que é conhecida a ocorrência de 92 espécies dessa subfamília para o Brasil e 48 espécies para a região Amazônica (Carbonell, 2006). A maioria das espécies encontradas no acervo explora ambientes abertos ou parcialmente ensolarados.
Palavras-chave: Gafanhotos, Região Metropolitana de Belém, Ommatolampinae.