A floresta Amazônica e a sua preservação, tem sido tema de muitas discussões. E nos dias atuais, o desmatamento é um dos principais enfoques dessas discussões, devido a preocupação com as alterações que ele produz no ecossistema, como gerar impactos sobre os solos e constituir grande fonte de gases do efeito estufa. Para obter informações sobre as áreas desmatadas vem sendo usado o sensoriamento remoto. O levantamento anual do desmantamento é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que tem atualmente dois programas de detecção de alertas de desmantamento na Amazônia, o Programa Monitoramento do Desflorestamento da Amazônia Legal – PRODEZ e o Sistema de Detecção do Desmantamento em Tempo Real na Amazônia – DETER. Utilizando tais dados do INPE, o presente estudo fez uma análise exploratória desses alertas de desmatamento em parte dos municípios do sul do Amazonas. Dessa forma, pode-se notar que Labrea apresenta maior número de alerta no decorrer dos anos.

Visando a visualização do cenário dos alertas de desmatamento no sul do estado do Amazonas no período de 2004 a 2008, o presente trabalho propõe uma abordagem quantitativa e exploratória dos dados oriundos do DETER sobre desmatamento. Observou-se que os alertas de desmatamento, ao longo do período estudado, se distribuem espacialmente nas adjacências das estradas. O número maior de alertas foi observado em Lábrea no ano 2006. Este aumento no ano de 2006 em Lábrea equivale aproximadamente a 60% de incremento percentual em relação ao ano de 2004. O município de Apuí destacou-se pela redução do número de alertas, em 2008, com decréscimo percentual maior do que 80% em relação ao ano de 2004. Notou-se o ano de maior incidência de alertas foi 2004 com 396 (26,36%), considerando-se todos os municípios. Durante os anos estudados, nota-se que até o mês de abril os alertas seguem uma tendência e a partir daí sofrem um crescimento até o mês de junho. Dessa forma, pode-se concluir que ao longo dos anos o segundo semestre comporta mais da metade dos alertas. Percebe-se também que os alertas de desmatamento no geral se concentraram fora das unidades de conservação (áreas protegidas) A latitude e longitude são correlacionadas, como era esperado já que indicam a localização de cada alerta.

Há algum tempo o mapeamento das áreas desflorestadas vem sendo feito com o auxilio de imagens de satélite. E baseando-se nessas imagens foi possível medir variáveis qualitativas e quantitativas. As análises feitas, dessas variáveis, permitiram quantificar e explorar de melhor forma os alertas, identificando, dessa forma, os locais mais atingidos pelo desmatamento e verificar os anos e períodos onde se detectou maior número dos mesmos. Nota-se a influência das estradas e dos rios nos desmatamentos ao comparar os aglomerados de alertas com distribuição espacial dos municípios. No geral o ano de 2006 e o município de Lábrea apresentaram a maior freqüência de alerta de desmatamento quando comparados com os demais. Na análise espaço-temporal a maior concentração dos alertas foram em Lábrea em 2006 e a menor em 2007 em Humaitá. É possível, portanto, com a análise desse cenário verificar a evolução dos alertas de desmantamento nos municípios ao longo dos anos e tomar providências para a redução dos mesmos nas áreas mais críticas.