61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 5. Fisiologia
Atividade de ENZIMA gLUTATIONA S-TRANSFERASE COMO bIOMARCADOR de exposição ao petróleo EM PEIXES Amazônicos
Vivian Meirelles Brandão 1
Christiane Patrícia Feitosa de Oliveira 1
Maria de Nazaré Paula da Silva 1
Ronildo Oliveira Figueiredo 1
Fabíola Xochilt Valdez Domingos 1
Vera Maria Fonseca de Almeida e Val 1
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia / INPA
INTRODUÇÃO:

Nos ambientes aquáticos, as comunidades de peixes passam por diversas adaptações para ajustar-se às alterações ambientais. Os peixes são considerados excelentes ferramentas no monitoramento de ambientes aquáticos impactados, servindo como importantes bioindicadores de contaminação. Estes estão no topo da cadeia trófica dos sistemas aquáticos e respondem de várias maneiras à contaminação. Os biomarcadores podem ser usados para diagnosticar a saúde dos organismos e para obter respostas iniciais de advertência a riscos ambientais. Um biomarcador amplamente utilizado na detecção de efeitos de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH’s) é a enzima glutationa S-transferase (GST). Esta enzima tem importante atuação na desintoxicação de vários compostos orgânicos, catalisando reações de conjugação da glutationa reduzida (GSH) com os metabólitos produzidos e aumentando sua hidrossolubilidade, facilitando assim sua excreção. Este estudo tem como objetivo verificar a atividade da enzima Glutationa S-Transferase (GST) no tecido hepático de três espécies de peixes, que ocorrem no trecho fluvial Coari-Manaus, verificando alterações que indiquem presença no meio ambiente de compostos tóxicos presentes no petróleo.

METODOLOGIA:

Seis exemplares das espécies Liposarcus pardalis (bodó), Astronotus crassipinins (acará-açu), Pygocentrus nattereri (piranha), Brycon amazonicus (matrinxã), Cychla monoculus (tucunaré) e Colossoma macropomum (tambaqui), medindo de 7,5 a 30,0 cm de comprimento, foram capturados nos lagos existentes no trecho fluvial Coari-Manaus: Lago Baixio, Lago Preto, Lago Iauara, Lago Ananá, Lago Araçá, Lago Maracá, Lago Poraquê e Lago Aruã. Após a captura, os animais foram sacrificados e amostras de fígado foram coletadas e estocadas imediatamente em nitrogênio líquido, para posterior análise da atividade enzimática no Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM/INPA). A atividade da enzima Glutationa-S-Transferase (GST) foi determinada em um espectrofotômetro Spectronic Gênesis 2, utilizando o método descrito por Keen et al. 1976. A análise estatística foi realizada por meio de Anova. Havendo a indicação de diferença significativa foi utilizado teste de comparação múltipla de Tukey para descriminação das diferenças (P<0,05).

RESULTADOS:

Os resultados obtidos no presente trabalho nos permitem sugerir que não há diferença significativa na atividade da enzima GST entre os exemplares das espécies L. pardalis, A. crassipinins, P. nattereri, C.macropomum e C. monoculus provenientes dos diferentes lagos. No entanto, a espécie B. amazonicus mostrou alterações na atividade da GST nos exemplares do lago Baixio que mostraram um aumento na atividade da enzima quando comparados aos níveis obtidos nos espécimes dos lagos Ananá e Maracá. Também foram observados valores mais elevados nos peixes do lago Ananá em relação aos do lago Araçá. Os resultados observados para B. amazonicus indicam que estes lagos podem estar sob perturbações advindas de diferentes atividades antrópicas.

CONCLUSÃO:

Das espécies analisadas a matrinxã apresentou maior sensibilidade a perturbações ambientais.

           

Instituição de Fomento: INPA, CNPq, FAPEAM, PIATAM (PETROBRAS/FINEP).
Palavras-chave: Peixes, Glutationa S-transferase (GST), bioindicadores.