61ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 7. Sociologia |
VALORAÇÃO, COISIFICAÇÃO E IMPERCEPTIBILIDADE |
Myrian Nydes Monteiro da Rocha 1, 2 Suyene Monteiro da Rocha 3, 6 Elvio Machado da Rocha 2, 4, 5 |
1. Mestranda em Ciencias do Ambiente e Sustentabilidade pela UFAM 2. Docente na FAHESA 3. Mestre em Ciencias do Ambiente - UFT 4. Mestre em Parasitologia - UFRRJ 5. Doutorando em Parasitologia - UFRPE 6. Docente no Centro Universitário Luterano de Palmas - CEULP/ULBRA |
INTRODUÇÃO: |
As áreas de segregação e exclusão marcaram e marcam as paisagens urbanas, com linhas invisíveis e invioláveis. O dinheiro possuindo uma corrente constantemente em movimento, toma-se o denominador comum de todas as coisas (valores), ou seja é o nivelamento monetário a que o dinheiro deu origem. Essa valoração atribuída as coisas, tende a tornar o indivíduo imperceptível, na medida em que seus valores tendem, por sua vez, a tomarem-se tão diminutos que chegam ao ponto da imperceptibilidade, assim, o conjunto de imperceptíveis indivíduos é igualmente imperceptível, a tal ponto que uma coletividade não se dá conta da existência de outra coletividade. À medida que a comunidade cresce, não há meramente uma multiplicação de casas e vias, mas um processo de diferenciação e classificação também ocorre. Assim a cidade cresce por expansão, mas será através da seleção e da segregação que cada indivíduo encontrará, eventualmente, ou o lugar para onde ele deve ir ou o lugar para onde pode ir, quer seja nas grandes, médias ou pequenas cidades. Temos então uma teia, uma rede de relações, que como ondas de fluxo e refluxo determinam padrões, posições dos indivíduos como membros da rede social. |
METODOLOGIA: |
Toda pesquisa cientifica deve ser norteada por um método que seja capaz de alcançar os objetivos pelo estudo. O método bem empregado forma o caminho percorrido pelo pesquisador para a obtenção de dados que serão os basilares. O presente estudo foi construído no eixo dedutivo-bibliográfico, pautando-se por estudos de autores renomados da área. Algumas estratégias foram utilizadas, como a comparação entre correntes doutrinárias que discorrem a respeito do tema, buscando-se a análise da construção do saber científico e empírico, através da desconstrução do objeto. |
RESULTADOS: |
Para Simmel (1977) a condição coisificada de tudo e de todos, não estabelecendo sentimentos ou diferenciações, resulta na padronização do eu e de suas respostas diante da realidade. O homem tanto quanto o dinheiro passa a ser quantificado e de forma tal isso se dá que não se estabelece valores significativos de ética, moral ou pessoalidade, antes o indivíduo torna-se um ser predeterminado para realizar ações determinadas por suas necessidade concretas. Assim, a realidade dotada de sentido é substituída por uma experiência totalmente destituída de significado. A reação deste conflito destitui o ser do humano. A cidade como expressão da racionalidade predispõe o indivíduo a um ambiente de pressão psicológica na qual a condição de ser sujeito está associada ao distanciamento e alheamento dos demais. Essa força que o imprime à frieza traz em seu bojo a impessoalidade, típica da reserva de comportamento, criando um ambiente individualista. Para Meleau-Ponty (2008), estamos no mundo condenados ao sentido e o real é um tecido sólido. Assim somente o que vejo sou capaz de descrever, porque o sentido surge de minha relação com o mundo. Contudo, a corrente monetária faz com que a experiência sensorial resulte em olhar sem ver. |
CONCLUSÃO: |
O dinheiro como força niveladora e em constante movimento coisifica tudo e todos. A experiência sensorial despe-se de significados diferenciados resultando que a impessoalidade passa a ser o traço marcante do homem urbano. Esta impessoalidade decorre ainda, do fato de o homem urbano ser massacrado por um turbilhão de estímulos ou acontecimentos cotidianos, aos quais, após algum tempo, deixa de reagir. Sente-se anestesiado e por isso distancia-se. Tudo e todos tornam-se diminutos chegando ao ponto da imperceptibilidade como zona de vazio e invisibilidade na qual se insere toda a manifestação visível. Indiferente aos miseráveis eles se tornam imperceptíveis, seres socialmente invisíveis. |
Palavras-chave: imperceptibilidade, , homem urbano, , impessoalidade. |