61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA E CULTURAL DIRECIONADA ÀS ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO PARA O CONTROLE DA MALÁRIA
Daniel B. de Castro 1
Bernardino C. Albuquerque 1
Luciane M. Freitas 1
Antônio Evandro M. Oliveira 1
1. Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas
INTRODUÇÃO:
A estratégia de combate à malária no Estado do Amazonas está fundamentada na incorporação de múltiplas medidas de controle que visam identificar e se adequar às peculiaridades de natureza socioeconômica, cultural, política e ecológica de cada região. Recentemente, o Governo do Estado do Amazonas, através da Fundação de Vigilância em Saúde implementou o uso de telas e mosquiteiros impregnados com inseticida como ferramenta de controle da Malária. A caracterização prévia das condições sócio-ambientais torna-se imprescindível para fomentar o delineamento de estratégias efetivas de intervenção nas comunidades. O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo de linha de base para avaliar as percepções e atitudes relacionadas à ocorrência da malária, bem como as características socioeconômicas em uma comunidade ribeirinha do interior do Estado do Amazonas.
METODOLOGIA:
No mês de agosto de 2008, foram entrevistadas 31 famílias residentes na Comunidade Jabote, localizada à margem esquerda do Rio Jatapú, município de Urucará/AM. Foi utilizado um formulário contendo perguntas fechadas em relação à forma de transmissão, prevenção, tratamento e sintomas da malária, além de informações acerca das características domiciliares.
RESULTADOS:
Os resultados demonstraram que apesar da alta freqüência da doença, uma parcela considerável da população desconhece a forma pela qual se dá a transmissão da malária. Todos os moradores da Comunidade Jabote foram entrevistados, dentre estes, 96,8% informaram que já apresentaram os sintomas da doença. No entanto, apenas 64,5% responderam que a forma de transmissão se dá pela picada do mosquito e 22,5% não souberam dizer como se faz o tratamento da doença. Todas as casas não apresentam meios de proteção contra o mosquito vetor, sendo construídas com madeira, apresentando frestas e paredes inacabadas. Apenas 19,7% das pessoas utilizam medidas de proteção individual, como mosquiteiros e repelentes.
CONCLUSÃO:
A adesão da população e a efetividade do uso de telas e mosquiteiros impregnados com inseticida como medida de controle da malária nas comunidades ribeirinhas do Estado do Amazonas exige o acompanhamento de equipes multidisciplinares para que possam ser realizadas concomitantemente ações de melhorias habitacionais, sensibilização e conscientização para o uso e conservação destas ferramentas.
Instituição de Fomento: Governo do Estado do Amazonas; BASF S.A.
Palavras-chave: Malária, Mosquiteiro impregnado, Saúde Pública.