61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
AVALIAÇÃO DA VISCOSIDADE DO ÓLEO DA SEMENTE DO CUPUAÇU
Simone Rodrigues da Silva 1
Antônio Alves de Melo Filho 1
Rita de Cássia Pompeu de Sousa 2
Candice Nóbrega Carneiro 1
1. UFRR
2. EMBRAPA-RORAIMA
INTRODUÇÃO:
A fruticultura regional tem no cupuaçuzeiro uma das frutas mais populares da Amazônia, o Theobroma grandiflorum Schum é uma fruta muito utilizada para a fabricação de sucos, sorvetes, bombons, geléias, vinhos e licores, utilizando apenas a polpa, porém vem sendo descartado ao longo dos anos toneladas de sementes de cupuaçu correspondendo aproximadamente 20%, podendo este ser aproveitado para extração de óleos. Alguns parâmetros físico-químicos são realizados para avaliação de alguns óleos, que podem variar de acordo com o cultivo e as condições climáticas da planta.Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a viscosidade do óleo da semente do cupuaçu em um aparelho de viscosímetro calibrado no qual este mede o tempo que determinada quantidade de fluido leva para escoar através de um capilar a uma temperatura constante. Sendo que, a viscosidade de um óleo traduz a resistência ao escoamento, e o quociente entre este escoamento e a massa específica denomina-se viscosidade cinemática, sendo que a viscosidade de um líquido qualquer é inversamente proporcional à temperatura, uma vez que com o aumento desta, reduz-se a coesão entre as moléculas e conseqüentemente a resistência ao escoamento.
METODOLOGIA:
Os frutos foram coletados e levados ao laboratório de Produtos Naturais do Departamento de Química da Universidade Federal de Roraima, onde retirou-se as sementes da polpa, as quais estas foram lavadas com água deionizada, após, estas sementes foram secas e moídas e armazenadas em atmosfera de nitrogênio até extração. O óleo da semente do cupuaçu foi obtido através do extrator soxhlet e solvente hexano, por um período de seis horas. Após esse período, o óleo foi concentrado, armazenado sob atmosfera de nitrogênio e refrigerado. Para análise da viscosidade do óleo do cupuaçu utilizou-se um viscosímetro com banho digital marca Schott modelo AVS 350 com medição automática, capilar 1,01 mm de constante k igual a 0,09148 mm2/s, utilizando as temperaturas 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60, 65, 70, 75, 80 e 85 ºC. Após a aferição do equipamento foram adicionados 8,0mL da amostra no tubo capilar. A contagem de tempo de descida do óleo foi feita após o equilíbrio da temperatura da amostra com a do equipamento após 5 min. Cada leitura do tempo de descida foi feita com três repetições. A determinação da viscosidade cinemática é verificada pelo multiplicaçao da constante do capilar com o tempo de queda do óleo.
RESULTADOS:
A extração a quente do óleo da semente do cupuaçu apresentou um rendimento de 39,7%. A viscosidade deste óleo diminui com o aumento da temperatura, conforme a seguir: 30ºC (63,23mm2/s), 35ºC (53,82mm2/s), 40ºC (31,78mm2/s), 45ºC (27,10mm2/s), 50 ºC (23,13mm2/s), 55ºC (21,35mm2/s), 60ºC (19,81mm2/s), 65ºC (18,72mm2/s), 70 ºC (17,61mm2/s), 75ºC (15mm2/s), 80ºC (13,74mm2/s) e 85ºC (12,33 mm2/s).Pode ser observado que a viscosidade varia inversamente com a temperatura. Assim, um aumento da temperatura provoca uma redução na viscosidade deste óleo, apresentando um comportamento exponencial.
CONCLUSÃO:
O comportamento do óleo do cupuaçu em que o valor da sua viscosidade diminui com o aumento da temperatura em uma curva exponencial, refere-se a um líquido newtoniano. A determinação do comportamento do óleo com o aumento da temperatura é de muita importância na indústria alimentícia, já que o aumento da temperatura diminui a viscosidade do óleo acelerando o processo oxidativo, prejudicando assim, a qualidade do óleo. Se a temperatura for muita elevada, poderá chegar até a perda total do óleo por volatilização.
Instituição de Fomento: UFRR,EMBRAPA-RORAIMA
Palavras-chave: extração , viscosidade, cupuaçu.