As macrófitas aquáticas desempenham importantes funções nos lagos, onde participam de uma grande diversidade de processos ecológicos devido as características próprias que se formam. Estes processos levam a estabilização dos sedimentos; a produção primária e a produção de detritos; a absorção, acumulação e a liberação de nutrientes por morte ou excreção. Propiciam grande diversidade de habitats que servem de substrato para o perifíton, refúgio e local de nidificação para animais aquáticos e terrestres que constituem importante fonte de alimento para peixes, aves e mamíferos. Os bancos de macrófitas aquáticas constituem um habitat especial para a fauna, pela existência de um biótopo aquático formado pelas raízes submersas e outro terrestre formado pelas folhas e flores. Estes biótopos estão conectados por uma extensa e contínua zona de transição que é habitada por uma associação de animais aquáticos, semi-aquáticos e terrestres, dentre estes encontram-se os insetos. Este trabalho se propõe determinar a composição dos insetos nos bancos de macrófitas dos Lagos Jaitêua e São Lourenço, em Manacapurú, AM.

O estudo foi desenvolvido nos lagos Jaitêua (S 03˚13’901’’ e W 60˚44’326’’) e São Lourenço (S 03˚17’555’’ e W 60˚43’759’’), situados a margem esquerda do rio Solimões, no município de Manacapuru, Amazonas, Brasil. As macrófitas aquáticas foram coletadas nos mês de novembro de 2006, com auxílio de uma rede entomológica aquática (rapiché), as macrófitas coletadas foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados com formol a 10% e levadas para Coordenação de pesquisas em entomologia no INPA, aonde foram lavadas em peneiras visando desprender os organismos associados, O material biológico foi conservado em frascos contendo álcool 70% para identificação dos insetos coletados. A identificação dos insetos foi realizada ate o nível de família/gênero seguindo as chaves de identificação de Merrit e Cummins (1984), McCaferty (1981).

Foram analisadas 30 amostras de bancos de macrófitas sendo 24 amostras do Lago São Lourenço e 6 do Lago Jaiteua na época de  seca (Novembro de 2006). Foram identificados 1557 insetos pertencentes a 6 ordens e 21 famílias. Do lago São Lourenço foram contabilizados 1523 insetos e do Lago Jaiteua 34 insetos. As ordens estão representadas na seguinte porcentagem: Coleoptera 78,29%, Heteroptera 17,41%, Ephemeroptera 0,06%, Díptera 2,95, Odonata 1,22% e Lepidoptera 0,06%. Com relação à Coleoptera 79,16% (n= 965), do material identificado pertence à família Dysticidae, 8,61% (n= 105) a família Hydrophilidae, 10,42% (n= 127) Noteridae, 0,90% (n= 11) Curculionidae, 0,57% (n= 7) Gyrinidae, 0,25 (n= 3) da família Elmidae, 0,08% (n= 1) da família Chrysomelidae. Com relação a Heteroptera 92,99% (n= 252), do material identificado é da família Corixidae, 5,54% (n= 15) da família Pleidae e 0,74% (n=2) as famílias Naucoridae e Notonectidae. Com relação a Diptera 93,48% (n= 252) pertencem a família Chironomidae  e 2,17% (n= 2),  pertencem as famílias Ceratopogonidae, Tipulidae e Polymitarcyidae.

As macrófitas aquáticas abrigam uma comunidade de insetos muito variada e abundante, isso devido às condições de suporte que fornecem. As ordens que apresentaram as maiores riquezas foram Coleoptera, Heteroptera e Odonata. A Família Dysticidae foi a que apresentou a maior riqueza com 965 indivíduos, Este dado demonstra que os insetos da Ordem Coleoptera Família Dysticidae são os principais representantes (numericamente) dos insetos coletores, e por isso sugere que os lagos Jaitêua e São Lourenço estão em equilíbrio por demonstrarem um elevado numero de insetos coletores neste estudo. Servindo este de subsidio para a continuação de estudos na região.