61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
OCORRÊNCIA DE INIBIDORES DE TRIPSINA E QUIMOTRIPSINA BOVINA EM EXTRATOS FOLIARES DE Parkia multijuga Benth. E Caesalpinia ferrea C. Mart.
Flávia Camila Schimpl 1
Larissa Ramos Chevreuil 2
Adriana Bariani 3
Cristiane Santos do Carmo Ribeiro de Souza 4
José Francisco de Carvalho Gonçalves 5
Silvana Cristina Pando 6
1. Universidade Federal do Amazonas - Iniciação Científica
2. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Aluna de Mestrado
3. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - MSc.
4. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Iniciação Científica
5. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Dr.
6. Universidade Federal do Amazonas - Dra./Orientadora
INTRODUÇÃO:
As espécies leguminosas são ricas fontes de proteínas e têm sido alvo de vários estudos, incluindo a detecção e isolamento dos inibidores de proteinases, amplamente distribuídos em diferentes tecidos. Esta classe de proteínas desempenha importantes funções nas plantas, como proteínas de reserva, na regulação da atividade enzimática e atuando de maneira constitutiva ou induzida no mecanismo de defesa contra insetos e patógenos. Os estudos comprovam que a limitação da herbivoria ocorre pelo acúmulo de inibidores de proteinases, principalmente em folhas, que por consequência, inativam a atividade de enzimas digestivas como a tripsina e a quimotripsina, que prejudicam o metabolismo do predador, podendo atrasar o seu ciclo reprodutivo ou induzi-lo à morte por inanição. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo investigar a ocorrência dos inibidores de proteinases nos tecidos vegetativos de leguminosas arbóreas da Amazônia.
METODOLOGIA:
As folhas maduras das espécies C. ferrea (Caesalpinioideae) e P. multijuga (Mimosoideae) foram coletadas no campus III do INPA – Manaus-AM, e após assepsia, trituradas até a obtenção de material pulverizado, que foi submetido à extração com cloreto de sódio 0,15M e, posteriormente, centrifugado e liofilizado para obtenção do extrato total, utilizado na quantificação de proteínas e detecção da atividade inibitória (AI). A determinação do teor de proteínas foi realizada pelo método descrito por Bradford (1976). A atividade inibitória foi monitorada por meio de ensaios de inibição dos sítios ativos da tripsina e quimotripsina bovina, na presença dos extratos foliares. A pré-incubação prosseguiu em meio da reação contendo tampão tris(hidroximetil)aminometano 0,05M, pH 8,0, enzima e extrato foliar de cada espécie durante 10 minutos a 37ºC e, após a adição dos substratos cromogênicos BAPNA (para tripsina) e BTPNA (para quimotripsina), a reação ocorreu durante 30 minutos a 37ºC, sendo paralisada com a adição de ácido acético 30% (v/v). A hidrólise dos substratos foi monitorada fotometricamente a 410 nm e a atividade inibitória foi determinada.
RESULTADOS:
Os valores encontrados para o teor de proteínas nas folhas foram 110 μg/mL para C. ferrea e 162 μg/mL para P. multijuga, sendo que comparados aos dados obtidos para sementes, os extratos foliares apresentaram teores de 1,7 e 10,4 vezes maior, respectivamente. Os ensaios de inibição enzimática mostraram que o extrato foliar da espécie C. ferrea apresentou atividade inibitória de 50,81% para a tripsina e 28,08% para a quimotripsina, enquanto os extratos foliares de P. multijuga apresentaram 32,41% e 33,28% para tripsina e quimotripsina, respectivamente. Esses valores foram menores quando comparados aos resultados de atividade antitríptica obtidos em sementes, uma vez que nos tecidos de estocagem, a inativação da enzima foi de aproximadamente 100%.
CONCLUSÃO:
As espécies em estudo, apresentaram inibidores de proteinases em suas folhas, evidenciando diferenças na distribuição e especificidade dos inibidores contra as enzimas tripsina e quimotripsina bovina.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: inibidores proteolíticos, substrato cromogênico, serinoproteinases.