61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana
O PERFIL SÓCIO-ESPACIAL DAS PEQUENAS CIDADES: UM ESTUDO DE CASO DA DINÂMICA DEMOGRÁFICA DE ITAPIRANGA - AM
Adriana Bindá Lima 1, 2
Thayana Karoliny Costa Amorim 1
Giselane dos Santos Campos 1, 2
Denise Rodrigues Cruz 1
1. Departamento de Geografia/ UFAM
2. Núcleo de Estudos e Pesquisas das Cidades na Amazônia Brasileira/UFAM
INTRODUÇÃO:
A dinâmica populacional corresponde a taxa de natalidade e mortalidade que provocam de acordo com a queda ou aceleração de uma das variáveis, profundas transformações sociais e econômicas. A transição demográfica resulta do declínio nos níveis de mortalidade e fecundidade, estando assim associadas a drásticas mudanças no tamanho da família e das cortes de nascimento, porém deve se levar em consideração o contexto social quando aplicado a pequenos lugares, cujo desenvolvimento é nulo (LAM et. al, 2004). O objetivo da pesquisa é identificar dados relevantes do Censo Demográfico do IBGE, que caracterize as transformações ocorridas na dinâmica de população de Itapiranga – AM durante as últimas décadas, enfatizando particularmente, as mudanças nos principais componentes demográficos. Propondo assim, um estudo demográfico para pequenas áreas, levando em consideração dados básicos como a composição da população, sexo, grupos de idades e atividades econômicas exercida no lugar. Articulando sua possível influência na região por intermédio dos serviços oferecidos.
METODOLOGIA:

A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Itapiranga localizada no Estado do Amazonas, na calha do rio Amazonas, a margem esquerda deste, na latitude 2°44’48”S e longitude 58°01’30”O. Utilizando-se de diferentes procedimentos e estratégias de estudo, sem perder o foco de análise. A pesquisa utilizou método dialético e estatístico, pois as observações se baseiam no banco de dados chamado SIDRA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Para o desenvolvimento da pesquisa foi necessário o levantamento bibliográfico sobre o assunto para trabalhar principalmente os conceitos, e, posteriormente foi realizado o levantamento secundário na internet para formulação de tabelas e gráficos com pesquisa in locus para confirmação de dados, coletando possíveis depoimentos de pessoas do lugar. Os dados coletados foram construídos de forma periódica, de acordo com a disposição de dados censitário sobre o município. Baseado no levantamento de dados secundários e bibliográficos, procedeu-se a uma breve reconstituição histórica do município, da evolução do crescimento populacional regional e local, seguido da análise dos determinantes gerais associados a esse crescimento.

RESULTADOS:
O município expressa baixa mobilidade, mesmo na área urbana, pois a tipologia de cidade proposta por Shor et al (2007), Itapiranga é uma cidade pequena dependente, pela ausência de infra-estrutura que possibilite exercer plenamente as funções urbanas e por sua localização geográfica em relação a calha do rio Amazonas. Tais considerações basearam-se na proporção da densidade demográfica, nos serviços disponíveis restritos e predominantemente ligados ao serviço público. A população de Itapiranga estimada no ano de 2007 foi de 9.141 mil habitantes. No período 1991-2000, a população de Itapiranga teve uma taxa média de crescimento anual de 4,15%, passando de 5.137 hab. em 1991 para 7.309 hab. em 2000. A taxa de urbanização cresceu 7,31%, passando de 67,51% em 1991 para 72,44% em 2000. Em 2000, a população do município representava 0,26% da população do Estado, e 0,00% da população do País. A média de filhos nascidos vivos por domicílio é de 3,9, superando a média a nível de Brasil que é 1,8 de filhos por família. Neste mesmo período, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu 23,86%, passando de 48,40 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 36,85 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 4,08 anos, passando de 63,73 anos em 1991 para 67,81 anos em 2000.
CONCLUSÃO:

O município de Itapiranga possui uma dinâmica populacional geométrica regressiva quanto a sua taxa de fecundidade. Influenciada pelos padrões globalizados a tendência de filhos será daqui a cinco anos de 2 filhos por família. Muitos dos jovens quando anseiam cursar um curso superior vão para Itacoatiara ou Manaus (capital). Os idosos que existem na cidade em sua maioria estão retornando a cidade em busca de qualidade de vida, no qual já não encontram em grandes cidades, mesmo sendo Manaus uma cidade dotada de infraestrutura básica. Os dados em análise demonstraram o crescimento significativo do município em estudo, principalmente no que concerne a expectativa de vida, sendo uma forte tendência para os interiores do Amazonas, principalmente o da calha do rio Amazonas, por sua a proximidade com as grandes capitais da região Norte.

Palavras-chave: Dinâmica populacional, espaço urbano, pequenas cidades.