61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
RESPOSTA DE TRÊS ESPÉCIES DE ÁCAROS PREDADORES A DIFERENTES FONTES DE ALIMENTO
Sabrina Cruz de Lima 1
Geraldo José Nascimento de Vasconcelos 2
Neliton Marques da Silva 1
1. Fac. Ciências Agrárias, Universidade Federal do Amazonas/FCA-UFAM
2. Esc. Super. de Agri. "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo/ESALQ-USP
INTRODUÇÃO:

O comportamento de busca e localização de presas por ácaros predadores entre as plantas ainda é pouco documentada. A migração destes ácaros em busca de alimento pode envolver diferentes estímulos olfativos (aleloquímicos) relacionados a possíveis fontes de alimento, tais como pólen, néctar e colônias de ácaros fitófagos, ou estímulos emitidos pela planta hospedeira, quando atacada por ácaros fitófagos. Voláteis emanados pela presa e seus subprodutos (ovos, fezes, exúvias e teias), cairomônios, ou pela planta hospedeira, sinomônios, desempenham importante papel na localização de presas pelos predadores, otimizando a capacidade de forrageamento deste.

O objetivo do trabalho foi estudar a influência de fontes de alimentos no comportamento de busca e localização de três espécies de ácaros predadores encontradas comumente em mamoeiro: Amblyseius largoensis (Muma), Neoseiulus idaeus Denmark e Muma e Proprioseiopsis ovatus (Garman).

METODOLOGIA:

Fêmeas adultas dos predadores, em privação alimentar por 6h, foram liberadas individualmente no centro da unidade experimental constituída de uma caixa plástica, no interior da qual foi colocado uma espuma de polietileno, umedecida com água destilada, forrada com papel de filtro, sobre o qual foi colocada uma superfície plástica com área central de 6,5 cm de diâmetro da qual saem três braços, equidistantes, com 1 cm de largura; do centro da área principal para a extremidade do braço distam 7,25 cm. Cada braço recebeu um dos substratos: um disco de folha de mamoeiro (DFM) com pólen (Ricinus communis L.), um DFM com ovo, teia, excremento e dano de T. mexicanus e um DFM (controle). A resposta foi considerada positiva quando o predador se moveu até a extremidade de um dos braços. A cada 10 liberações toda unidade experimental era substituída, para evitar tendenciosidade. O tempo de resposta foi cronometrado, sendo limitado a 20 min. para cada ácaro liberado. Após esse período, os ácaros que não responderam, foram descartados. A freqüência relativa das respostas para cada espécie e para cada substrato bem como o tempo de resposta de cada espécie foram submetidos à análise de variância e em seguida comparados pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS:

Resposta de cada espécie aos três substratos. A. largoensis e N. idaeus foram atraídos por DFM com ovo, teia, excremento e dano de T. mexicanus, para onde se dirigiram 70 e 76% das fêmeas testadas, respectivamente. Não houve diferença na proporção de indivíduos de A. largoensis que optaram entre DFM ou este com pólen. Para N. idaeus a proporção de indivíduos que se dirigiram para este substrato foi diferente, neste caso, houve uma preferência por DFM. As fêmeas de P. ovatus dirigiram-se em maior proporção, 64%, para DFM com pólen. Para esta espécie não houve diferença na proporção de indivíduos que optaram por DFM ou este com ovo, teia, excremento e dano de T. mexicanus.

Resposta das três espécies para cada substrato. Não houve diferença entre a proporção de indivíduos de A. largoensis e N. idaeus que optaram por DFM com ovo, teia, excremento e dano de T. mexicanus. O mesmo foi observado para DFM com pólen. A proporção das três espécies que optaram por DFM não diferiu.

Tempo de resposta. Fêmeas de P. ovatus demoraram em média 229 seg. para responder a um dos estímulos, este tempo não diferiu do observado para A. largoensis, 145 seg. N. idaeus apresentou o menor tempo de resposta, 136 seg., em relação a P. ovatus, porém este tempo foi igual ao observado para A. largoensis.

CONCLUSÃO:

            A presença de colônia de T. mexicanus é reconhecida a curta distância pelos ácaros predadores A. largoensis e N. idaeus, os quais locomovem-se em direção a esta.

            P. ovatus é atraído por pólen, aparentemente preferindo esta fonte de alimento a T. mexicanus.

            A. largoensis e N. idaeus respondem mais rápido a presença de fonte de alimento que P. ovatus, apresentando, aparentemente, uma melhor capacidade de forrageamento.

Instituição de Fomento: Concelho Nacional de Ciência e Tecnologia/CNPq
Palavras-chave: Controle biológico, forrageamento de predadores , ecologia química.