61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
CONCEPÇÕES DOS DOCENTES SOBRE AS DIFICULDADES ENFRENTADAS EM SALA DE AULA
Izolda Strentzke 1
Dáltron Mauricio Ricaldes 2
Gladys Denise Wielewski 3
1. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/ Mestranda em Educação
2. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/ Mestrando em Educação
3. Universidade Federal de Mato Grosso–UFMT/Dra. Educação Matemática-Orientadora
INTRODUÇÃO:

Este estudo teve como propósito primordial analisar as concepções dos professores de matemática do ensino fundamental acerca das dificuldades enfrentadas em sala de aula no decorrer de sua prática. A investigação foi realizada com docentes que frequentam o CEFAPRO-Cuiabá (Centro de Formação e Aperfeiçoamento do Professor), e o interesse maior desse estudo foi obter informações generalizadas, porém precisas, sobre as mais diferentes questões relacionadas ao comportamento do professor frente às dificuldades encontradas em sala de aula.

METODOLOGIA:

A metodologia caracterizou-se por uma pesquisa qualitativa. Os dados analisados pelos pesquisadores foram de procedências documental, descritiva, utilizando questionário com temas relacionados aos saberes experienciais da profissão. Foram entrevistados 34 professores que representam 100% dos participantes da formação continuada na área de matemática no CEFAPRO/Cuiabá no segundo semestre de 2008. Os dados preliminares foram codificados e analisados estatisticamente.

RESULTADOS:

Dentro do eixo de análise, constatou-se que entre as dificuldades que os professores pesquisados enfrentam no seu ambiente de trabalho: 30% destacaram a falta de interesse dos alunos; 10% indisciplina, 6% falta de apoio da equipe Administrativa da Escola, 10% estrutura física precária dos prédios escolares, 15% falta de materiais didáticos, 25% alunos com grave defasagem de conteúdos; 3% de alunos analfabetos, 35% salas superlotadas, 5% baixa auto-estima dos alunos, 6% despreparo do Coordenador Pedagógico da Escola, 40% ausência dos pais no processo educativo, 2% horário das aulas e falta de companheirismo entre professores. Perguntados sobre como enfrentavam estas dificuldades em sala de aula: 60% dos entrevistados responderam que fazem o que está ao seu alcance; outros 10% disseram que não se abalam e continuam com seus conteúdos; 15% fazem de tudo para ganhar a confiança do aluno e conquistá-lo para os estudos, 5% tentam mostrar como é importante estudar e aprender (dialogando com a turma toda e individualmente, conforme as necessidades e os saberes experienciais de sua prática) e 10% falaram que procuram sanar as deficiências e fazer a diferença, utilizando recursos e técnicas variadas, trabalhando em grupos e solicitando a presença dos pais.

CONCLUSÃO:

Verificou-se com a pesquisa, que os professores se apóiam nos saberes experienciais da profissão e também contam com o auxílio da formação continuada do CEFAPRO de Cuiabá para enfrentarem as dificuldades do dia a dia. Embora tenham opiniões formadas a partir de sua prática, são profissionais que buscam aperfeiçoamento para refletir, trocar experiências e, assim, melhorar a atuação em sala de aula. A maioria, 85% dos pesquisados, atuam no Ensino Fundamental, tanto na modalidade regular como na EJA. Os motivos principais pelos quais atuam nessa área são por se sentirem mais à vontade e por ser seu único nível de atuação até o momento e também por ter medo de se arriscar com um novo nível de atuação. Os outros 15% atuam no Ensino Fundamental e Médio.

Palavras-chave: formação continuada, educação matemática , saberes experienciais.