61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
ANÁLISE DE AROMAS FRUTAIS PRODUZIDOS PELO ENDÓFITO THIELAVIOPSIS PARADOXA, ISOLADO DE AMÊNDOA E ENDOCARPO DE PUPUNHEIRA  
Aline Christien de Figueiredo Rondon 1
Sérgio Odilon de Oliveira Pacheco 2
Dácio Montenegro Mendonça 4
Pedro de Queiroz Costa Neto 3
Afonso Duarte Leão de Souza 4
José Odair Pereira 1
1. Faculdade de Ciências Agrárias/UFAM
2. Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade/PMM/Manaus-AM
3. Instituto Natureza e Cultura/UFAM/Benjamin Constant/Amazonas
4. Departamento de Química/UFAM
INTRODUÇÃO:
A pertinente atividade microbiana dá-se com o avanço da biotecnologia para produção comercial de aromas voláteis e não voláteis (Feron et al., 1996), sendo constatado que os mais variados compostos aromáticos responsáveis pela fragrância podem ser produzidos por microrganismos (Fleet, 2003). A partir desta tendência por aromas e fragrâncias naturais, de origem biológica, também chamados de biossabores, Janssens et al., (1992) mencionaram que, a partir das técnicas de cultura de células e de tecidos de plantas, uma rota alternativa e diretamente viável para a síntese do sabor está baseada em processos microbianos empregando-se bactérias, fungos, leveduras e enzimas. Neste contexto, o potencial microbiano para produção de aromas é bastante amplo e pode ser comprovado por inúmeros registros na literatura como, por exemplo, o microrganismo do gênero Geotrichum que é conhecido como produtor de aromas de fruta (Welsh, 1994). Assim, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar os compostos aromáticos produzidos por endófitos isolados de amêndoas e endocarpos de frutos de pupunheira, por meio da técnica de microextração em fase sólida (SPME).
METODOLOGIA:

Foram utilizadas 14 linhagens do endófito, isoladas de amêndoas e endocarpos de frutos de pupunheira, que se encontravam armazenados em microtubos pelo método de Castelani (Castelani, 1939) no Laboratório de Genética Animal/IBC/UFAM. As linhagens foram reativas em placas de Petri descartáveis contendo BDA e após um período de dois dias verificou-se a liberação de odor característico de fruta. Os fungos foram repicados para placas contendo o mesmo meio e perfuradas lateralmente para viabilizar a exposição da fibra SPME para extração dos voláteis. Ao segundo dia, a fibra foi exposta aos voláteis por 90 minutos por meio do orifício lateral, no modo headspace, foi recolhida e retirada da placa e introduzida no injetor do cromatógrafo do sistema CG/EM, ficando exposta por 33,33 minutos (tempo total da corrida). Nos ensaios cromatográficos foram utilizados os seguintes parâmetros: injetor sem lã de vidro a 240oC, fluxo de 1,0mL/min., análise sem divisão de fluxo (splitless); hélio como gás de arraste; temperatura do forno da coluna programada para: 29oC durante 8 minutos, 6oC/min. até 100oC, 20oC/min até 280oC, permanecendo nesta temperatura por 5 minutos.  Foram observados os espectros e os picos nos cromatogramas relativos ao fungo para comparação com a biblioteca eletrônica WILEY.

RESULTADOS:
A partir de 14 linhagens de T. paradoxa analisadas por SPME, foram detectados odores agradáveis frutais como de: abacaxi, banana, pêssego, mamão, pêra, maçã, manga, morango, mangaba e limão, principalmente no segundo dia de crescimento dos fungos. Nos cromatogramas obtidos para as linhagens analisadas foram observados inúmeros picos, entre os quais, através da comparação com as sugestões da biblioteca WILEY, foram identificados dez compostos voláteis dos endófitos com possibilidade de contribuírem para os odores de frutas: o ácido 2-etilexanóico, isobutirato de isoamila, propanoato de propila, 2-furanmetanol acetato, 3-metilbutanol, butirato de isoamila, 3-metilpentanol, álcool etilfenílico, metil heptanona, heptil acetato. Destacamos o ácido 2-etilexanóico e o 2-furanmetanol acetato, presentes na maioria das linhagens analisadas.
CONCLUSÃO:

Os resultados da análise pela técnica de microextração em fase sólida (SPME), tipicamente empregada para extrair baixos níveis de voláteis, e por cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massa (CG/EM) confirmaram a adequação desta metodologia para análise dos voláteis de T. paradoxa, servindo para a comparação da composição dos compostos de aroma produzidos pelos endófitos.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas – FAPEAM.
Palavras-chave: bioaroma, Thielaviopsis paradoxa, pupunheira.