61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
MICRORGANISMOS DEGRADADORES DE PETRÓLEO ISOLADOS DE SOLOS RIZOSFÉRICOS DA PROVÍNCIA PETROLÍFERA DE URUCU, COARI, AMAZONAS
Dannielle Cordeiro Ribeiro 1
Luiz Antonio de Oliveira 2
1. Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais – MBT/UEA
2. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
INTRODUÇÃO:

O petróleo é uma matéria-prima essencial à vida moderna, sendo o componente básico de mais de 6 mil produtos. Dele se retira a matéria prima para a gasolina, borrachas, plásticos, o gás de cozinha, o combustível de aviação, os lubrificantes, tecidos sintéticos, tintas e muitos outros produtos. Por ser um dos principais combustíveis utilizados, as etapas submetidas no transporte, estocagem e distribuição do óleo cru e de seus derivados provocam diversos problemas ambientais devido aos riscos de derrames acidentais. Estudos têm sugerido que a rizosfera de plantas pode ser particularmente importante na promoção biológica para degradação de hidrocarbonetos do petróleo, xenobióticos, pentaclorofenol, dentre tantos outros. Isso porque a rizosfera possui uma grande biomassa microbiana e uma maior atividade como resultado de substratos de carbono favorecido pela rizodeposição.

METODOLOGIA:

Para o presente estudo foi realizada uma coleta de solos da rizosfera de plantas ao redor do oleoduto na Província Petrolífera de Urucu.  Foram coletadas duas gramíneas (Brachiaria humidicola, Brachiaria decumbens), uma leguminosa (Mucuna pruriens) e uma espécie invasora, o lacre (Vismia sp.). A coleta foi realizada no dia 23 de Janeiro de 2009, sendo obtidas amostras de solos da rizosfera dessas espécies. As amostras de solo foram adicionadas em Meio Mineral Bushnell Haas – BH, contendo como fonte de carbono o petróleo. Cada amostra foi submetida a dois tratamentos diferentes: ausência de petróleo (testemunha) e adição de petróleo. As amostras foram submetidas à agitação de 125 rpm à temperatura de 30˚C ±1, por 35 dias. Nas primeiras horas (dia 0) foi realizado isolamento das bactérias que apresentaram crescimento na presença de petróleo. O mesmo procedimento foi realizado a cada 7 dias. Diluições seriadas foram realizadas e partir delas, retirou-se alíquotas para placas de Petri com meio BH sólido (adicionou-se Agar 15g/L e 0,1mL de petróleo como fonte de carbono). As concentrações de 10-2 a 10-6 foram utilizadas para a contagem em placas de Petri.

RESULTADOS:

Por meio da análise da densidade de microrganismos nos solos rizosféricos, verificou-se maior concentração de unidades formadoras de colônia por mL (UFC/mL) nos solos de Brachiaria humidicola e Brachiaria decumbens. Quando comparados os dois tratamentos, ausência de petróleo (testemunha) e adição de petróleo, observou-se que a quantidade microbiana foi maior nos tratamentos com petróleo a partir do 7º até o 14º dia de incubação. Observou-se ainda que a partir do 21º dia de incubação, a quantidade microbiana entre os dois tratamentos começou a se igualar, sugerindo que três semanas é um tempo suficiente para a microbiota das rizosferas das plantas consumirem o petróleo adicionado às amostras.

CONCLUSÃO:

Os resultados obtidos no presente estudo mostram que foi possível encontrar microrganismos com potencial degradador de petróleo em solos da rizosfera de plantas da Amazônia.

Instituição de Fomento: CNPq e Petrobras
Palavras-chave: Biodegradação, rizosfera, petróleo.