O Brasil é um país de clima tropical que vem sofrendo transformações climáticas drásticas devido à falta de consciência com relação à questão ambiental. As doenças, em especial às de fácil propagação neste ambiente, ganharam destaque no cenário nacional devido à sua abrangência, ao fato de os brasileiros terem se tornado mais vulneráveis e à perda do controle e da capacidade de contenção. O norteador capaz de iniciar um processo de mudança nesta situação em que se encontra a saúde brasileira chama-se prevenção primária, ou seja, medidas simples, benéficas e eficazes que alterem rotinas e modifiquem hábitos culturais, através de ações que sejam capazes de, antes de tudo, conscientizar a população.

A presente pesquisa fundamentou-se pelo interesse em congregar as áreas de comunicação e saúde, tendo como principal objetivo criar alternativas viáveis de prevenção de doenças na população mais carente da cidade de São Luís do Maranhão.  Para fins de estudo, elencou-se a área das parasitoses, mais especificamente a Esquistossomose,com base em  dados da Secretaria Municipal de Saúde que identificaram ser esta uma das parasitoses que mais afetam a população.

            Para validar os dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde e para avaliar o grau de conhecimento da população com relação à esquistossomose, realizou-se uma pesquisa em um bairro caracterizado como endêmico, a Salina do Sacavém, na cidade de São Luís, visando um levantamento de dados.

            Com os resultados do levantamento de dados, realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre comunicação, com foco na criação de uma campanha de prevenção e combate à esquistossomose, respeitando todas as etapas propostas pelas Teorias das comunicações de massa.

O levantamento de dados comprova que alguns bairros periféricos são regiões endêmicas, com um número considerável de casos de pessoas infectadas pelo Schistossoma mansoni, apresentando a sintomatologia característica da doença.

Há no bairro Salina do Sacavém fossas sanitárias contaminadas com os ovos do Schistossoma Mansoni presentes nas fezes ali encontradas, de onde eclodem os caramujos disseminadores da doença. Os principais fatores de risco dessa comunidade foram más condições higiênicas, falta de saneamento básico e uso inadequado de água.

Ao todo foram identificadas 29 pessoas, sendo 14 crianças, que já tiveram ou que ainda estão em tratamento da esquistossomose; vale ressaltar que o número de pessoas infectadas registradas nesta pesquisa não corresponde com os dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, e todas as residência visitadas reclamaram da ausência da visita de agentes de saúde na área.

Com relação ao conhecimento da população acerca da doença, a maioria dos entrevistados informou que tem conhecimento da doença, não pelo nome científico, mas por “Barriga D’Água”, nomenclatura comum na região. Com relação às forma de contaminação e informações básicas preventivas, a população do bairro mostrou-se desinformada.

Com a experiência adquirida neste trabalho acadêmico, observa-se a real necessidade do diálogo entre as áreas do conhecimento Comunicação e Saúde. A associação entre estes campos de estudo é indispensável, haja vista que os meios de comunicação podem e devem ser utilizados como instrumento educacional capaz de agregar valor na constante necessidade de uma saúde que seja mais preventiva e menos curativa. Saneamento básico, preservação do meio ambiente e educação são a tríade fundamental para a redução dos casos de Esquistossomose no município de São Luís.

A partir deste tripé estabelecido entre Comunicação, Saúde e Educação, propõe-se neste trabalho acadêmico uma campanha publicitária voltada para a Prevenção da Esquistossomose no município de São Luís – MA. As peças publicitárias educativas desta campanha terão como público alvo as crianças e adolescentes que estudam nas escolas da rede pública municipal, ou seja, do 1º ao 9ª ano do Ensino Fundamental, pois medidas de prevenção e controle dirigidas a crianças em idade escolar ajudam a impedir o aumento da morbidade nos pré adultos e adultos jovens, além de o ambiente escolar propiciar uma discussão mais ampla das questões de saúde entre os alunos, suas famílias e as equipes de saúde.