61ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 7. Planejamento Urbano e Regional - 1. Fundamentos do Planejamento Urbano e Regional
A COMUNIDADE RURAL DE BARREIRA DO ANDIRÁ, AMAZONAS
Luiz Antonio de Oliveira 1
Maria José da Silva Belém 2
Maricleide Maia Said 3
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; Universidade do Estado do Amazon
2. Ajuri Amazônico
3. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; Mestranda em Ciências do Ambiente e
INTRODUÇÃO:

Apesar da alta biodiversidade amazônica em espécies florestais, frutíferas, medicinais, ornamentais, etc, os sistemas produtivos dos agricultores regionais são pobres e de baixa sustentabilidade. Seus sistemas geralmente contêm um número muito restrito de espécies vegetais e não há um manejo adequado do solo visando altas produtividades por longos períodos. A Comunidade de Barreira do Andirá, município de Barreirinha, na região do Baixo Amazonas, próximo à cidade de Parintins, é um exemplo típico dessa situação no Estado do Amazonas. O projeto fez um estudo de viabilidade e sustentabilidade ambiental, social e econômica, visando identificar as potencialidades locais, bem como torná-lo menos dependente das incertezas do mercado local.

METODOLOGIA:

O trabalho foi realizado na Comunidade de Barreira do Andirá, situada na região do Baixo Amazonas, próximo à cidade de Parintins, sendo uma das comunidades rurais do município de Barreirinha.  A primeira atividade feita na comunidade foi o diagnóstico sócio-econômico e cultural, visando conhecer em detalhes, as suas particularidades, seus potenciais, suas deficiências, etc. Para realizar esse diagnóstico, foi usado um formulário padrão com perguntas e anotações visuais nas próprias propriedades, procurando assim, visualizar a realidade de cada produtor rural. Os resultados desse formulário permitem analisar o potencial de cada comunidade e dar recomendações de como aumentar a diversidade de sua produção com base em dados levantados de mercado regional.

RESULTADOS:

Os moradores de Barreira do Andirá, por se encontrarem distantes dos centros consumidores, têm uma vida mais simples e quase totalmente voltada para a subsistência. Parte deles cria gado, que pode ser um produto relativamente não perecível e passível de venda, mas a maioria presta serviços aos criadores de gado ou outra atividade econômica. Em vista disso, não exploram adequadamente as riquezas naturais. Patauais estão sendo, por exemplo, retirados para a ocupação da área com outras atividades. O patauá poderia ser preservado e explorado economicamente, pois essa palmeira produz um óleo muito semelhante ao óleo de oliva, muito importado pelo país. Há uma certa ociosidade dos jovens, que predominam no local, com um percentual elevado se envolvendo com bebida alcoólica, o principal agente responsável pelos casos de violência na comunidade. Possuem mangueiras frondosas em suas propriedades, mas perdem mais de 60% dos frutos por não exportarem para Parintins e não os usarem para a confecção de geléias, doces, etc. Não têm o hábito de cultivar hortaliças e têm pouca organização social. Apenas um grupo de produtores de cupuaçu e guaraná estão melhor organizados, exportando suas produções.

CONCLUSÃO:

Ficou evidente na comunidade, a necessidade de um programa de treinamento para as famílias de produtores, tanto na área agrícola como em outras, como saúde, saneamento básico, atividades alternativas, etc, permitindo-lhes mais opções de uso do potencial natural de suas propriedades, rio e floresta de forma sustentável e racional.

 

 

Instituição de Fomento: INPA e FAPEAM
Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável, Agricultura familiar, Desenvolvimento regional.