61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES EM ESPÉCIES FLORESTAIS EM ÁREAS DE CLAREIRAS NA PROVÍNCIA PETROLÍFERA DE URUCU, AMAZONAS
Francisco Wesen Moreira 1
Luiz Antonio de Oliveira 1, 2, 3
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
2. Universidade do Estado do Amazonas
3. CNPQ
INTRODUÇÃO:
A remoção da vegetação e a retirada da camada superficial do solo durante a exploração de Petróleo e gás natural na Província de Urucu em Coari Estado do Amazonas formam clareiras artificiais compostas por terras degradadas e de pouca fertilidade. Na ocupação florestal dessas terras, os plantios são eficazes porque, relativamente à regeneração natural, aceleram o processo de reabilitação. Entretanto, esse processo tem sido dificultado pelo desconhecimento de espécies adequadas. Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) enquadram-se nesse contexto, visto que aumentam a área de absorção das raízes das plantas, permitindo que explorem o solo mais eficientemente. O objetivo desse estudo foi verificar os níveis de colonização radicular por fungos micorrízicos arbusculares em 11 espécies de plantas cultivadas em áreas de clareiras
METODOLOGIA:
A área de estudo está situada no Estado do Amazonas, Município de Coari, Brasil distante cerca de 650 km de Manaus, na Província Petrolífera do Rio Urucu (BOGPM – Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, Petrobrás), nas coordenadas geográficas 4º53'S e 65º11'W. A tipologia florestal dominante é Floresta Pluvial Tropical Densa de Terra Firme, em Argissolo distrófico; de clima tropical úmido, apresentando chuvas relativamente abundantes durante todo o ano Foram coletadas no mês de fevereiro de 2008, amostras de raízes de 11 espécies florestais em 3 clareiras ou jazidas. Foram aleatoriamente amostradas cinco espécies de plantas com cinco repetições de cada espécie, totalizando 25 plantas por clareira. Para avaliar a colonização radicular pelos fungos micorrízicos nativos, as raízes foram clarificadas com KOH a 10% e coradas em lactoglicerol com azul de tripano. Adotou-se o método da lâmina para quantificar a percentagem de colonização radicular, utilizando 50 segmentos de raiz por planta.
RESULTADOS:
As colonizações por FMA em fevereiro de 2008 variaram de 0,0 a 47,6%, com ausência de arbúsculos, presença de hifas variando de 0,0 a 16,4% e vesículas de 0,0 a 47,6%. Os maiores níveis foram para o mata pasto (44,2%) e azeitona (33,6%), enquanto que o visgueiro (6,8%) e a palheteira (8,0%) apresentaram os menores índices. Em fevereiro, época chuvosa, ocorreu o maior número de vesículas, o que significa que os fungos estavam na fase de armazenamento de energia para seu uso posterior, sem contribuírem efetivamente para a nutrição das plantas. Assim, as 11 espécies estudadas pouco estão se beneficiando da associação com os fungos micorrízicos do solo na época de coleta, uma vez que a presença de hifas nas suas raízes foi muito baixa. Os baixos índices de colonização radicular por fungos micorrízicos arbusculares são um indicativo de que as condições edafoclimáticas e as características genéticas das plantas e fungos não favorecem essa simbiose plantas-fungos.
CONCLUSÃO:
As espécies estudadas pouco ou nada estão se beneficiando da associação com os fungos micorrízicos do solo na época amostrada, devido à ausência/ou baixa presença de hifas.
Instituição de Fomento: FINEP, PETROBRAS, CNPq (REDE CTPETRO AMAZÔNIA)
Palavras-chave: Ecologia microbiana, Áreas degradadas, Associação plantas-microrganismos.