Na área de estudo, o Rio Solimões no município de Tefé/AM, o rio é utilizado para fins de consumo humano sem desinfecção, equilíbrio de comunidades aquáticas (inclusive áreas indígenas), pesca, recreação e navegação. No entanto na região há a ausência de um laboratório para análise da qualidade da água na região, que registre as características originais dos íons metálicos  para comparação com os padrões de potabilidade da água são estabelecidos pelas agências nacionais. A vasta utilização dos metais vem ocasionando acúmulo de resíduos no solo e água. Muitos são essenciais para os organismos vivos, mas somente em baixas concentrações, pois possuem efeitos tóxicos. Os metais pesados diferem de outros agentes tóxicos por não serem sintetizados ou destruídos, sendo bioacumulativos, o que potencializa os riscos das populações sujeitas a ingestão diária. No homem produz efeitos que podem levar a morte, atingindo os sistemas respiratório, cardiovascular e nervoso, além de inibir o reparo de DNA e provocar câncer. Este trabalho teve como meta a realização de uma avaliação da contaminação por metais que oferecem riscos aos seres humanos nas águas de superfície do Rio Solimões, avaliando se tais concentrações estão de acordo com os parâmetros estabelecidos pelos órgãos competentes do Brasil.

Foram feitas coletas mensais de amostras de água de superfície do médio Solimões-AM no período entre março de 2008 a fevereiro de 2009. As amostras foram armazenadas em frascos de polietileno e levadas imediatamente para o laboratório da UEA para a determinação dos íons metálicos, ferro total e alumínio, por espectrofotometria de acordo com as metodologias recomendadas pelo Standard Methods for Examination of Water and Wastewater.

Considerando os meses de maio/junho e novembro/dezembro como os picos dos períodos de cheia e de seca respectivamente. O comportamento do teor do íon ferro (total) estudado na cheia (0,016-0,013mgL^-1) e no período de seca de (3,48-5,22mgL^-1) indicando que a sazonalidade é determinante para a concentração de íons de ferro no Rio Solimões, o valor máximo permitido para padrões de qualidade da água no Brasil é de 0,3mgL^-1 (Portaria N°518 e Resolução N°357). Para os íons de alumínio foram encontrados valores média anual de 0,016mgL^-1 ±0,008, indicando que a concentração de Al nas amostras de água estudadas durante o ano de 2008 no Rio Solimões não sofreram alterações significativas em função dos períodos de sazonalidade. O teor de alumínio encontrado esta abaixo do valor máximo permitido (0,1mgL^-1) pela legislação ambiental.

A contribuição deste trabalho para montar um quadro sobre a composição média das águas de superfície do Rio Solimões, que fomente a discussão e necessidade do monitoramento desta região estratégica como prioridade para gerenciar o recurso hídrico. O teor de ferro total nas águas que são consumidas por pessoas sofre influencia da sazonalidade, e durante a seca a qualidade para consumo humano desta água não atende o que recomenda a legislação ambiental do Brasil. Os teores encontrados para alumínio mantiveram-se constantes ao longo do ano apresentando média anual de 0,016mgL^-1.