61ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada |
Caracterização Clássica e Molecular de 50 Amostras de Shigella Isoladas no Período de 2007 a 2008 na Cidade de Manaus AM. |
Paula Taquita Serra 1, 2 Dayane Martins Barbosa Serfaty 1, 2 Raquel Oliveira Pessôa 1, 2 Patrícia Puccinelli Orlandi 1 |
1. Fiocruz - Instituto Leônidas e Maria Deane 2. Universidade do Estado do Amazonas - UEA |
INTRODUÇÃO: |
A doença diarréica destaca-se como uma das principais causas de mortalidade infantil, particularmente em países |
METODOLOGIA: |
Foram coletadas 1.500 amostras de fezes de crianças com diarréia que deram entrada nos Hospitais infantis da Zona Leste, Zona Sul e Zona Oeste da cidade de Manaus. As amostras foram submetidas a identificação bioquímica e as colônias não fermentadoras de lactose foram reisoladas nos meios específicos para Shigella: Ágar SS e XLD. Em seguida, foram realizados testes bioquímicos, utilizando Citrato, TSI, EPM e Mili. As colônias bacterianas sugestivas de Shigella foram ressuspensas da superfície do meio EPM, com 0,3 ml de solução salina (0,85% - p/v) e submetidas ao teste de aglutinação em lâmina com os anti-soros polivalentes espécie – específicos procedentes da Probac do Brasil. A pesquisa dos genes de virulência foi realizada através da reação de PCR. Os primers utilizados foram ipaH e Einv. Para cada reação de amplificação foram empregados 1U da enzima Taq polimerase; |
RESULTADOS: |
Das 1500 amostras coletadas, 8.6% foram positivas para Shigella. Foi observado que a incidência de pacientes apresentando diarréia por Shigella sp é maior até os 24 meses sendo que os sinais e sintomas por ordem de maior freqüência foram: febre, vômito e desidratação. Com relação ao sangue oculto, foi observado que 50% das amostras foram positivas. Os bairros da Zona Leste da cidade, representaram 45 %, seguidos por 33% da Zona Sul e 11% das Zonas Oeste e Norte, respectivamente. Em relação ao abastecimento de água, 49% das casas possuem água encanada, 47% água de poço e os 4% restantes recebem água do rio. Em relação a água utilizada para o consumo; 53% da água de consumo provem dos poços,13% filtrada, 11% mineral, 9% diretamente da torneira, 7% fervida, 5% do rio e 2% de água do rio com água sanitária. Das amostras isoladas, 50 foram submetidas à técnica de PCR para a detecção dos genes IpaH e Einv. Todas as amostras testadas mostraram-se positivas para a presença dos dois genes confirmando os resultados obtidos durante a identificação bioquímica. Os testes sorológicos mostraram a Shigella flexneri sendo a mais freqüente (32%) seguida pela S. sonnei (26%), S. dysenteriae (14%) e S. boydii (8%). Do total de 50 amostras, 10 (20%) não tipadas. |
CONCLUSÃO: |
Segundo a literatura, Shigella é um dos patógenos que estão relacionados aos problemas de saneamento básico. Pensando nisto, podemos elucubrar a respeito das porcentagens próximas em relação à água encanada e água de poço. Porque não haveria maiores diferenças entre elas? Talvez pelo fato da cidade não possuir um sistema de tratamento de água adequado e ou por existir uma contaminação entre os poços e as fossas que estão localizados próximos sem as medidas corretas por falta de fiscalização. Isto, juntando-se ao fato de que a maior parte dos casos encontra-se entre moradores da Zona Leste, onde os bairros são, em sua maioria, provenientes de invasões, pode levar a conclusão que exista falta de informação em relação ao melhor tratamento que se deve ter em relação à água. Os resultados obtidos com o teste sorológico condizem com o observado nas demais localidades do Brasil, com a predominância de Shigella flexneri. No entanto trabalhos anteriores realizados em Rondônia, mostrou a grande prevalência da S. sonnei, principalmente na região Norte, o que se confirmou neste trabalho, sendo esta a segunda mais frequentemente encontrada. O que chama atenção neste trabalho é a alta incidência de S. dysenteriae, já que em trabalhos anteriores, nenhuma amostra foi isolada na região Amazônica. |
Instituição de Fomento: FAPEAM, CNPQ |
Palavras-chave: Shigella, Diarréia Infantil, Amazônia. |