61ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 6. Ciência Política |
O PORTO DA CEASA: OS CANOEIROS E A (IN)SUSTENTABILIDADE URBANA-FLUVIAL |
Jefferson Gil da Rocha Silva 1 Elane Pires 1 Elenise Faria Scherer 1 |
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-UFAM |
INTRODUÇÃO: |
A beira-rio da cidade de Manaus desde a foz do rio Tarumã até o Rio Puraquequara encontram-se vários portos, sempre improvisados, que fazem a ligação entre o espaço urbano com as cidades próximas à capital. Dentre eles porto da Ceasa localizado à Zona Leste , que faz a ligação entre a BR 319, que liga a cidade de Manaus à Porto Velho além de outras regiões da Amazônia e do Brasil. O porto da Ceasa tem uma importância fundamental na circulação da mercadoria produzidas no Pólo Industrial de Manaus – PIM, por meio da balsa que atravessa o rio Negro e Solimões até o porto do Careiro da Várzea, do escoamento dos produtos regionais e da saída e chegada dos barcos que transportam os passageiros no sentido Manaus e cidades ribeirinhas do entorno da capital e vice versa. Ele é um lugar de confluência desses movimentos de ritmos intensos durante o dia. Além disso, é hoje um território ocupado por empresas e do trabalho informal com inúmeras barracas que vendem várias espécie de mercadorias e guloseimas regionais, feira de peixes e frutas que chegam das zonas rurais do Amazonas, vários tipos de transportes rodofluviais, serviço de táxi, ponto de travessia, produção de gelo com o fim de abastecer embarcações de pesca, etc. O objetivo desta comunicação é mostrar a dinâmica do porto da Ceasa na sua espacialidade e dimensões histórico-sociais – sustentabilidade urbana fluvial e sobretudo o trabalho dos canoeiros que conduzem os pequenos barcos que e que transportam pessoas e mercadorias. Pretendemos com esta pesquisa caracterizar atividade dos “canoeiros” como um trabalho precário num ambiente in–sustentável pela ausência de políticas públicas, especialmente, a ambiental, que se configura por uma paisagem deteriorada mas tipicamente regional onde a vivência e experiências cotidianas se realizam na travessia entre o Porto da Ceasa e ao chamado Km 0 do município do Careiro da Várzea. |
METODOLOGIA: |
A metodologia utilizada foi a observação e conversas iniciais por desvelar situações vivenciadas no cotidiano das travessias dos “canoeiros” do trapiche improvisado do Porto da Ceasa até o Km 0 da BR. 319 de Careiro da Várzea. Os registro das cenas cotidianas e da paisagem foram feitas no diário de campo. Foram aplicados formulários com perguntas abertas e fechadas com objetivo caracterizar as condições sócio-econômicas dos canoeiros as condições precárias de seu trabalho que se modifica em face das mudanças do ecossistemas e da enchente e a vazante do Rio Negro, a percepção que tem sobre a paisagem e o meio ambiente.e os conflitos sócio-ambientais ali existentes e formas de sociabilidade. Fizemos um levantamento bibliográfico documental com objetivo de construir um suporte teórico metodológico para subsidiar a nossa compreensão do mundo vivido dos canoeiros do Porto da Ceasa. |
RESULTADOS: |
As observações in loco e os depoimentos colhidos durante o processo de investigação demonstraram que os canoeiros do Porto da Ceasa são trabalhadores necessários ao modo de vida das populações amazônicas. São eles que conduzem os barcos num constante vai-e-vem na travessia do rio Negro e Solimões ligando o Porto da Ceasa ao porto do município do Careiro da Várzea, conhecido como Km 0 da Br. 319.
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CONCLUSÃO: |
Nesse movimento de ida e vinda o que se pode perceber: o trabalho desenvolvido pelos canoeiros pode ser caracterizado como precário, sob o sol e a chuva, enfrentando as intempéries regionais, sem horário fixo, longas jornadas e ganhos incertos e, portanto, sem proteção social e num ambiente urbano fluvial (in)sustentável. O porto da Ceasa se caracteriza pela improvisação, pelo descaso público ali demonstrado. |
Instituição de Fomento: FAPEAM |
Palavras-chave: Travessia, Ambiente, porto do Ceasa. |