Pode-se perceber, na educação atual, uma tendência em se formar, mesmo que nem sempre de maneira eficiente, alunos capazes de lidar com conteúdos específicos, como Biologia, Matemática, Física e Química. Porém, pouco se investe na construção de alunos-cidadãos.

Buscando alcançar esses objetivos, os professores da Escola Francisco Nobre de Almeida juntamente com universitários da UVA (Universidade Vale do Acaraú) mantém desde 2008 o Programa Permanente do Clube de Ciências. Tal Programa atende os alunos do ensino fundamental e médio da escola e da comunidade em geral. O Clube de Ciências é uma atividade realizada semanalmente em horário extra-turno, na qual os professores monitoram os alunos no aprofundamento de um tema de sua curiosidade.

O Clube de Ciências, visando a criação de um núcleo de estudantes envolvidos com diversas questões atuais, realiza reuniões semanais entre os alunos da Escola, os professores e os universitários. A dinâmica dessas reuniões é variada. Nelas acontecem debates, palestras, projeção de filmes, visitas a locais e/ou estabelecimentos que propiciem a ampliação do estudo do tema escolhido, confecção de painéis, cartazes, maquetes e outros recursos para divulgação dos trabalhos.

São atividades que, pela sua maleabilidade, favorecem o encontro do jovem com o objeto a ser estudado, orientando e ensinando os estudantes a observar e a buscar, sobretudo, a disciplina e o ato de aprender a aprender. Além disso, a gestão das atividades apresentadas desencadeia um processo formador e educativo nas relações do trabalho, fato de suma importância para a vida acadêmica e, posteriormente, profissional desses estudantes.

Busca-se então, realizar uma série de atividades educacionais, buscando através da sucessão de atividades lúdicas, proporcionadas através de experiências diversificadas, educar o jovem para a plena cidadania, através de projetos e metas como: Realização de projetos diversos na área de Ciências Naturais; Criação de um site do clube; Realização de feiras científicas  ao final de cada ano letivo; Fomentar a  participação dos alunos nos diversos exames seletivos e avaliatórios nacionais; Despertar nos jovens o gosto pelas Ciências; Realizar excursões para pontos turísticos do município de Monte Alegre.

Os muros que separam as ruas e a escola são, muitas vezes, mais que uma barreira física, são também a separação entre dois tipos de conhecimento que não deveriam estar dissociados: o conhecimento acadêmico e o conhecimento de mundo. É visando quebrar essa barreira que o Clube de Ciências do FNA tem aberto as portas para o saber científico através de suas atividades.

Durante o primeiro ano de atividade pode-se observar uma crescente procura por alunos afim de obter conhecimentos sobre os variados temas das Ciências em geral, pois além da Biologia, outras disciplinas da grade curricular são introduzidas, como a Matemática, que busca preparar os alunos para a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática) e aprendizado da lógica computacional. O contato com o meio ambiente é a chave principal do projeto, pois mostra ao aluno a unção da teoria e prática, através da importância da preservação ambiental por meio de projetos de arborização da comunidade e visitas a pontos turísticos e parques arqueológicos presentes no município.

Ao primar o acesso dos alunos a esse mundo que lhes oferece a construção de novos saberes o Clube de Ciências promove não apenas uma ascensão intelectual, mas o despertar de um cidadão: um aluno engajado na sociedade em que vive e nas possibilidades de troca que ele pode manter com ela. É possível, então, não apenas deslumbrar o mundo que o espera, mas fazer parte dele de maneira efetiva, contribuindo com suas questões e aprendendo com elas.

Nesse sentido a experiência vivida é matéria prima a partir da qual os jovens articulam sua própria cultura, aqui entendida enquanto conjunto de crenças, valores, visão de mundo, rede de significados: expressões simbólicas da inserção dos indivíduos em determinado nível da totalidade social, que terminam por definir a própria natureza humana.

Enxergar o conhecimento como algo acessível a todos e que permeia esse espaço da troca de vivências é o começo das melhorias que tanto almejamos.

Além disso, ao formar alunos que não apenas detêm o saber, mas que estão engajados no meio em que vivem não é um ganho restrito à na área educacional, mas de repercussão em todas as questões sócias e culturais de nosso país.