61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 8. Antropologia
VESTÍGIOS PEDINDO AUTO RETRATO DE 'NATIVOS TEMPORÁRIOS"
THAIZE BIANCA FIGUEIREDO DE SOUZA 1
SAMUEL SÁ 2
JULIANA DA SILVA BARROSO 1
ANNA BARBARA CARDOSO DA SILVA 1
THAIS DE ALMEIDA COSTA 1
ADILÁSIO PEDRO CRUZ NETO 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
2. LABORATÓRIO DE METODOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INTRODUÇÃO:

Este artigo é parte de um esforço de equipe (agosto-2007 / fevereiro-2008). Um grupo do Pet/GT/CS (Projeto Extracurricular Temático/ Grupo de Trabalho em Ciências Sociais) escolheu para tarefa reler e analisar (em termos de Antropologia da Educação) um vestígio datado do ano 2000 sobre um evento de premiação de “melhores alunos” concluintes de quarenta cursos de graduação do Campus Belém/ UFPa através da analise dos CRG’s. Um exercício de Antropologia da educação, que ajuda a repensar os “passos” que o graduando percorre ate conseguir voz e vez dentro da Instituição, deixando de ser um “nativo  temporário”, além  de usar as categorias do “silenciamento” e “des-silenciamento” (Boaventura Santos e Paulo Freire) para supor o “sucesso” e o “insucesso” na graduação.

METODOLOGIA:

O foco do trabalho reside na decodificação de dados embutidos no número de matrícula da classificação no vestibular e no CRG. Na elaboração deste artigo incluímos parte dos achados exploratórios, e antecipamos a possibilidade de examinar série de dados cobrindo o tempo entre 2000 e 2007, supondo a disponibilidade de dados quantitativos que permitam dar um pulo para dados qualitativos que reverberam na voz dos premiados e premiadores que descrevam os significados do sucesso e do insucesso para aprender como atores e seus contextos para multiplicar a eficácia e diminuir a distância registrada no artigo do Prof. Licurgo Brito (A Universidade e a Trajetória de Graduação em 50 Anos) e usando basicamente as categorias do “silenciamento” e “des-silenciamento” (Boaventura S. Santos, Paulo Freire).

RESULTADOS:

Depois de reler uma coleção de dados do ano 2000 relativos a um projeto intitulado “Vale Estudar” chegamos a algumas conclusões preliminares que listamos: a)O projeto teve como finalidade premiar discentes da UFPA que se destacaram com os conceitos mais altos entre os concluintes de 40 cursos de graduação, a escolha recaiu em 3 discentes para cada curso; b)Em mais de 3 décadas de docência essa foi executada pela Pró-Reitoria de Extensão naquele momento, e não foi repetida. Aqui ou ali ouvimos referências a discentes premiados no antigo Centro de Ciências Exatas, ou em premiações nas áreas de Letras ou na área do Instituto de Ciências Jurídicas: concurso, premiação e publicação de monografias selecionadas e neste caso com o empenho, do Centro Acadêmico de Direito; c)Como o regulamento do “Prêmio Vale Estudar” enfatizou CRG’s calculados “ao longo de todo o curso, desde o vestibular até as conclusões no segundo semestre de cada ano” a redação abria uma possibilidade de que o pioneirismo de 2000 continuaria, ou era o primeiro de muitos passos, e teria alguma análise, por isto o tema desta premiação trabalho teria continuidade, a qual não teve. Então a memória do Vale Estudar também ainda não teve alguma análise e por isto o título deste trabalho alude a vestígios que pedem contextos.

CONCLUSÃO:

Descobrimos um jogo de posições que vão além dos estritos 3 primeiros lugares de cada curso. Pouco a pouco fomos descobrindo a importância do número de matrícula de cada premiado; esse número inclui uma indicação da classificação por ocasião do exame vestibular, e daí por comparações notamos que no conjunto dos mais bem sucedidos apenas em torno de dez por cento dos cento e dezesseis discentes concluintes foram aqueles que também estavam no topo das posições no momento da entrada. Depois fizemos uma desagregação por gênero e por Centro ou Instituto. Ainda fizemos uma análise que especificou no conjunto dos que não entraram no topo aqueles que ficando abaixo da quadragésima posição, foram alunos do turno da noite e com alegria vimos que desse naipe também muitos migraram para o topo na diplomação. Então pensamos que ao correr de nosso estudo será possível ajustar esse esquema de circulação de saberes às necessidades e possibilidades de graduandos, por outro lado pensamos em complementar esses esquemas como outros em fase de adaptação e experimentação, para o fim de analisar outro conjunto de traços ou pistas que podem compor uma identidade universitária e um processo de circulação do saber, nos quais ensino, pesquisa e extensão andem de mãos dadas com orientação.

Palavras-chave: Premiação, Sucesso e Insucesso, Nativo Temporário.