61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 1. Biologia Molecular
EXPRESSÃO HETERÓLOGA EM Escherichia coli DA PROTEÍNA DE NUCLEOCAPSÍDEO DE HANTAVÍRUS CIRCULANTE NO DF
Maria Beatriz Walter Costa 1
Carolina Rezende Melo da Silva 1
Andrea Queiroz Maranhão 1
Marcelo de Macedo Brígido 1
1. Laboratório de Biologia Molecular, IB, Universidade de Brasília / UnB
INTRODUÇÃO:

O gênero Hantavirus, família Bunyaviridae, é formado pelos causadores da hantavirose, síndrome cardiopulmonar severa, com letalidade de 30% a 50%. Um dos motivos para isso é a inexistência de diagnósticos rápidos, por falta de sintomas característicos. Esses testes são feitos no Brasil somente em três cidades, sendo os antígenos virais utilizados obtidos por colaborações com instituições argentinas. Este trabalho visa a expressão heteróloga em bactéria da proteína de nucleocapsídeo do vírus, a mais imunogênica, buscando-se produção mais eficaz desse antígeno, que pode ser utilizado em testes de diagnose no Brasil.

METODOLOGIA:

Foram realizados a transcrição reversa seguida de PCR (RT-PCR), assim como o PCR convencional, para amplificar o gene codificador da proteína do nucleocapsídeo (N) a partir de soro de pacientes do DF. O fragmento obtido foi clonado em E. coli, linhagem DH5a, a partir do vetor bacteriano pGEM-T® easy, que possui 3 kb de tamanho. O segmento N obtido foi clonado em vetor bacteriano pMAL®, que possui 6,6 kb de tamanho. Esse vetor é capaz de produzir uma proteína recombinante que corresponde a fusão da MBP (maltose binding protein), com 50 kDa de peso molecular, com o  peptídeo correspondente ao inserto clonado, no caso a N, com 50 kDa de peso molecular. Clones positivos foram, então, induzidos em linhagem DH5a para expressar a fusão MBP-N. Finalmente, a proteína recombinante produzida foi purificada, por cromatografia em coluna de amilose.

RESULTADOS:

O segmento codificador da proteína N que possui 1,3 kb de tamanho, foi amplificado, clonado e seqüenciado. Por meio da ferramenta BLAST, a seqüência obtida foi comparada com o banco de dados nr (NCBI), observando-se similaridade com  linhagens de hantavírus, sendo a mais similar a linhagem Paranoá, caracterizada por Melo-Silva (2007). Posteriormente, o fragmento contendo o gene N foi clonado no vetor pMAL®. Um clone de E. coli  DH5a contendo o inserto codificador de N foi utilizado para a produção da proteína de fusão MBP-N.

CONCLUSÃO:

A independência brasileira de antígenos estrangeiros é importante, pois as variantes de hantavírus circulantes no território nacional possuem diferenças em relação às outras regiões sul-americanas. Por esse motivo, a utilização de antígenos nacionais poderia otimizar os testes. Nossos resultados apontam para uma produção eficiente do antígeno N recombinante no sistema pMAL®, que poderá ser agora testado com um painel de soros de pacientes de HCPS.

Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Expressão heteróloga, Hantavírus, Proteína de nucleocapsídeo.