61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
CARACTERIZAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO DA AVENIDA CASTELO BRANCO NO MUNICÍPIO DE BRASIL NOVO- PARÁ
Sônia Maria Feitosa da Silva 1
Laila Oliveira Pires 1
Edna Santos de Souza 1
Ana Caroline Brito da Silva 1
Mauricio Möller Parry 1
Deide Leite Gomes 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- UFPA
INTRODUÇÃO:

O espaço urbano é composto por diversos elementos, onde os vegetais colaboram para melhoria da qualidade de vida da população. Neste sentido, a cobertura vegetal existente nas cidades, ameniza alguns impactos advindos da urbanização, como a poluição visual, sonora e atmosférica, favorecendo a instalação de um microclima. A diversidade de espécies é relevante, pois propicia a harmonização de diferentes espaços através de suas formas, cores e tamanhos e influencia positivamente no equilíbrio das cadeias alimentares. Infelizmente, a falta de planejamento e de conhecimento de arborização acarreta vários transtornos, como rachadura de calçadas. Por isso, devem ser consideradas as condições do ambiente e as características das espécies. Para tanto, os tipos arbóreos devem ser estudados e criteriosamente selecionados, a fim de que arborização possa ser de fato realizada de acordo com o contexto local e, por conseguinte, monitorada e preservada. Seu zelo é de responsabilidade de todos, pois, como patrimônio natural, participa da formação histórico-cultural de um povo. Por isso, o objetivo da pesquisa foi realizar um levantamento quantitativo acerca da arborização urbana da Avenida Castelo Branco, obtendo informações que colaborem para melhoria do planejamento de arborização da cidade.

 

METODOLOGIA:

O município de Brasil Novo, emancipado em 1993, localiza-se no sudoeste do Estado do Pará a cerca de 500 km de distância da capital Belém, com uma área de 6.368,25 km² e em torno de 18.941 habitantes, IBGE (2003). Em termos gerais, apresenta vegetação de floresta tropical, que em sua grande maioria foi retirada em função da expansão da pecuária extensiva, solos diversificados, clima quente-úmido. A pesquisa restringiu-se à arborização localizada na área livre de uso público, ao longo das calçadas e do canteiro central da Avenida Castelo Branco, onde se encontram estabelecimentos comerciais, residências e a maioria dos órgãos públicos. Para execução da pesquisa utilizou-se de  câmera digital, trena, régua para medida de altura por sobreposição, planilha de campo, na qual os  seguintes dados foram registrados: nome vulgar, científico; altura da árvore, do fuste; diâmetro da copa e do tronco,  área livre; a posição em relação à rede elétrica e às placas de sinalização. A freqüência relativa de cada espécie foi calculada pela razão entre o número de indivíduos da espécie e o número total de espécimes, multiplicada por 100. Os dados foram coletados em Março de 2009.

RESULTADOS:

Foram analisados 137 indivíduos arbóreos pertencentes a 10 espécies. As espécies mais abundantes foram: Ficus sp. (37,96%), Eugenia malaccensis L. (17,51%) e Azadirachta indica. A. Juss (13,87%). Destes, 89,05% encontram-se no canteiro central e 10,95% na calçada, onde a distância média entre árvores foi de 5,4 m. Não houve registro de placas de sinalização e de árvores no lado esquerdo, tendo em vista que os postes da rede elétrica estão ali localizados, sendo mais aconselhável por evitar conflitos com a arborização. Em relação ao porte, 81,75% são de pequeno porte e 18,25% de médio porte. Este percentual está diretamente relacionado à idade da planta e ao tipo de poda. Em relação ao diâmetro do tronco, constatou-se que o diâmetro maior estava para árvores de maior porte, as quais não conflitavam com a fiação elétrica. As plantas menores possuíam altura inferior a 2 m, pois estavam em fase de desenvolvimento. Quanto ao diâmetro médio da copa, verificou-se que as mais frondosas e fechadas foi de 4,7m², permitindo sombreamento de qualidade e a instalação de um microclima. A altura da primeira bifurcação para as espécies mais dominantes foi em média 2 m, o que permite o livre trânsito de pedestres.

 

CONCLUSÃO:

Durante a realização desta pesquisa foi perceptível que o planejamento de arborização da avenida em estudo não seguiu critérios quanto à escolha de espécies nativas e adequadas ao local, como é o caso do ficus sp. Houve maior preocupação em arborizar o canteiro central em detrimento às calçadas.  Apesar de as espécies não conflitarem com a rede elétrica, meio fio e transeuntes e de estarem regularmente dispostas, é recomendável a prioridade às espécies que compõem a flora Amazônica e que sejam compatíveis com a realidade local.   

Palavras-chave: arborização, ficus sp., Brasil Novo.