61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 6. Morfologia e Taxonomia Vegetal
CARACTERIZAÇÃO DA MORFOLOGIA EXTERNA DE FLORES DE Solanum crinitum LAM. (SOLANACEAE) DA REGIÃO DE PORTO VELHO, RONDÔNIA.
Tainá de Oliveira Miranda 1
Francisca Holanda 2
1. Universidade Federal de Rondônia/ UNIR
2. Universidade Federal do Amazonas/ UFAM
INTRODUÇÃO:

A flora brasileira é altamente diversificada e o gênero Solanum é um dos mais amplamente distribuídos, sendo bem representado nas Américas tropicais (NEE et al., 2001). O estado de Rondônia conta com uma variedade de espécies de plantas do gênero Solanum e algumas delas encontram-se sem catalogação (AZEVEDO et al, 2001). Muitas espécies do gênero Solanum são usadas na medicina popular (VIEIRA et al., 1993)  e contra vetores de importância para a saúde pública (MOHAN, et al., 2006). Uma destas é a planta Solanum crinitum Lam; a qual apresenta informações raras e contrastantes, como as variações morfológicas que dificultam a identificação e classificação botânica, e não há um consenso entre os botânicos. Esta planta apresenta interesse biotecnológico de bioprospecção (TEIXEIRA, 2008), por isso são interessantes estudos sobre a morfologia, biologia floral e fenologia entre outros, para que sejam estabelecidos os descritores capazes de esclarecer sua identificação botânica. Este estudo é um dos pioneiros sobre a planta Solanum crinitum na região norte. Deste modo, objetivou-se caracterizar a morfologia externa de flores e frutos de Solanum crinitum, as quais podem auxiliar o estabelecimento de descritores para sua taxonomia.

METODOLOGIA:

Foram coletadas 126 flores e cerca de 50 frutos de 15 indivíduos ao longo da BR 364, sentido Acre, próximo ao Campus da Universidade Federal de Rondônia, durante o período de outubro de 2008 a fevereiro de 2009. Foram observadas a morfologia, tamanho e coloração das flores. A descrição morfológica foi feita com base em Barroso (1986), Raven (2007), e Lorenzi (2008). As amostras foram identificadas por especialista no gênero e depositadas no Herbário Dr. Ari Tupinambá Penna Pinheiro, da Faculdade São Lucas de Porto Velho/RO e também registradas no IBAMA sob o número 3161809. Medidas do diâmetro da corola foram realizadas para verificação de diferenças significativas, o diâmetro das flores foi medido com o auxílio de paquímetro e o tratamento de dados foi realizado utilizando o teste t.

RESULTADOS:

As flores são pentâmeras, o cálice é verde, constituído por cinco sépalas, possui tricomas, tem aspecto aveludado, aonde se observou a presença de acúleos. Os acúleos foram ainda observados no receptáculo e na parte abaxial das folhas de alguns indivíduos. A presença de acúleos no cálice e no receptáculo não foram relatadas nos estudos de Radford et al. (1974); Vidal e Vidal (2000); Santos (2002) e Nee (2007) sobre esta espécie.  As flores coletadas se apresentam de dois tipos, classificados a partir do comprimento do estilete: flores de estilete longo e flores de estilete curto, no entanto, observa-se uma gradação em relação ao comprimento do estilete, o que também foi sugerido para Solanum stramonifolium por Bezerra et al.; (2003). O teste mostrou que existe diferença significativa entre os diâmetros das flores de estilete longo e curto (p < 0,0001 e t= 4,21). A flor de estilete longo possui em média um diâmetro 17% maior do que uma flor de estilete curto.

CONCLUSÃO:

De acordo com os dados obtidos conclui-se que flores de estilete longo possuem em média um diâmetro maior comparadas com as flores de estilete curto. Além disso, a presença de acúleos no receptáculo e/ou no cálice poderá ser incluída nas características taxonômicas.

Palavras-chave: Solanum crinitum, morfologia, Porto Velho.