61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
ENSINANDO OS CONCEITOS DE CÂMARA ESCURA USANDO “PINHOLE”
Francisco Antônio Lopes Laudades 1, 2
Frederico Alan de Oliveira Cruz 3
1. Centro Educacional Luiz de Camões
2. Colégio Pedro II
3. Departamento de Física/Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
INTRODUÇÃO:
A motivação maior é a de fazer com que os alunos do Ensino Médio, que ultimamente estão envoltos em tecnologia como câmaras fotográficas digitais e “câmaras telefônicas”, saibam como uma câmara de fotografia de filme de 35 mm que, hoje em dia, está quase extinta, registra imagens. O presente artigo apresenta e discute a utilização da câmara de orifício, para se registrar imagens, ou simplesmente tirar fotografias, em um laboratório didático de física com a finalidade de se tornar dinâmica a experimentação e a explicação deste tópico, comum no ensino de óptica. A utilização de câmaras escuras para se tirar fotografias, é uma proposta que já foi publicada por algumas revistas de ensino. Esses artigos priorizam o uso papel fotográfico Preto e Branco que, ultimamente, não mais encontramos no mercado. A saída foi utilizar filmes de 35mm. Este modo de tirar fotografias também não é novo, porém sua utilização no ensino de física em laboratórios não é comum. Existe um vasto material na internet de seu uso somente para fins artísticos. Nesta atividade, foi mostrado aos alunos do Cento Educacional Luiz de Camões que, utilizando uma caixa de fósforos, podemos capturar belas imagens. Com este experimento de custo relativamente reduzido, os alunos observaram que tirar fotografias de uma maneira artesanal também pode ser divertido.
METODOLOGIA:
Para a construção da máquina e captura de imagem, os alunos não encontraram o papel fotográfico para realizar o experimento tampouco os líquidos reveladores. Então, a única saída foi utilizar rolo de filme fotográfico de 35mm vendido em muitos lugares. Diferente do papel fotográfico Preto e Branco, que pode ser revelado em um ambiente com pouca luz ou luz vermelha, o filme de 35mm colorido, é bastante sensível à luz, portanto este filme não pode ser revelado artesanalmente, necessitando assim ser revelado em casas especializadas. Para a montagem da câmara escura, foi utilizado papel cartão preto fosco e, para o orifício, papel alumínio. Os alunos pesquisaram e chegaram a uma conclusão quanto ao tamanho do orifício. Por experimentação, descobriram que o orifício ideal, para a distância considerada entre ele e o filme, seria menor que o diâmetro da agulha, isto é, a agulha não deveria vazar completamente no papel alumínio. Quanto ao tempo de exposição, foram feitas várias experiências até chegar a uma conclusão, comum a todos os grupos. Os grupos tiraram suas fotografias anotando o tempo de exposição e a quantidade luminosa seguindo critérios subjetivos como: objeto muito iluminado (no pátio com muito sol), objeto exposto a pouca iluminação (dentro da sala com luz branca), objeto exposto a pouca iluminação (no pátio com nuvens), assim por diante. A partir destas medidas, depois de revelar o primeiro filme, poderíamos encontrar um parâmetro para tirarmos as próximas fotos com uma quantidade luminosa adequada.
RESULTADOS:
Levando em consideração as concepções prévias para o estudo da câmara escura, podemos mostrar que é relevante, a utilização de um experimento de fácil preparo e manuseio, pois o aprendizado de física não se dá apenas durante a exposição do assunto em sala, mas também na mediação entre professor e alunos. Essa atividade mostrou que eles podem aprender pesquisando tendo o professor como mediador entre o conhecimento formal e o adquirido com a experiência do próprio aluno. O objetivo principal era tirar fotografias utilizando os conceitos aprendidos em sala de aula como: iluminação, tempo de exposição, tamanho da imagem e distância aproximada do objeto. Como resultado, foram obtidas algumas fotos nítidas, e outras não. Esta atividade, realizada no colégio, foi de grande importância para o aprendizado deste tópico da física. Umas das grandes recompensas é observar que o aluno realmente fica feliz ao ver que um objeto construído por ele realmente funciona. Diferentemente de ver um resultado em uma máquina eletrônica, o resultado em uma máquina experimental é sempre uma surpresa, pois para se ter resultado devemos levar em conta fatores que são subjetivos como a iluminação externa.
CONCLUSÃO:
Verificou-se que os objetivos do projeto foram alcançados, já que os alunos em relatos próprios, disseram ter aprendido os assuntos da óptica relacionados com manipulação da câmara. Dessa forma, a construção de experimentos de baixo custo pode ser utilizado na apresentação de conceitos de Física de forma relevante aos alunos.
Palavras-chave: Óptica, Câmara escura, Laboratório de Física.