61ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 13. Engenharia Sanitária
  AVALIAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DE MATERIAIS BIOLOGICAMENTE INFECTANTES
Douglas Rodrigues Moreira 1
Janet E. Romero La Fuente 2
Robinson Magalhães 3
Dewar T Carnero Chávez 1
1. Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba (FATEC-CPB)
2. Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo FOUSP
3. Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da USP
INTRODUÇÃO:
O trabalho tem como propósito abordar o transporte de materiais biologicamente infectantes e o descarte de Resíduos do Serviço de Saúde – RSS. Serão apresentados neste trabalho os riscos de infecções por acidente com material biológico, as normas e legislação envolvidas com a movimentação e controle de produtos biologicamente infectantes, também serão abordados os principais Equipamentos de Proteção Individual – EPI´S utilizados pelo profissional da saúde e os métodos de tratamento dos resíduos. Ao longo do desenvolvimento do trabalho foram realizadas visitas em empresas de saúde, com a finalidade de caracterizar os riscos que o transporte dos materiais infectantes oferece para a saúde dos profissionais da saúde, da população e do meio ambiente. Com base nas normas de regulamentação vigentes o desenvolvimento deste trabalho focalizou a análise das atividades de manuseio, movimentação, embalagem, acondicionamento e transporte de materiais biológicos. materiais, ecológicos e, em certos casos, a morte de pessoas. Diante da importância e seriedade do assunto no que diz respeito ao transporte de materiais biológicos surge o problema a ser resolvido: fazer uma análise comparativa com base nas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, observando na prática as atividades de embalagem, transporte e armazenamento dos materiais infectantes em estações de tratamento e laboratórios da Grande São Paulo.
METODOLOGIA:
Através de métodos práticos foi feita a observância da prática com relação às atividades desenvolvidas nas estações de tratamento de resíduos e laboratórios no que diz respeito ao transporte de materiais infectantes. Foi verificada uma carência significativa de referências bibliográficas ligadas ao tema abordado, por isso foi preciso utilizar também fontes teóricas de origem webgráficas para obter informações sobre procedimentos, normas, outros trabalhos já estudados, entre outras informações pertinentes ao tema. Após embasamento teórico, foi feito o levantamento de experiências através da condução de entrevistas junto a profissionais e empresas que realizam a movimentação de material biologicamente infectante, a caracterização das empresas que foram objeto do estudo foi realizada com o intuito de satisfazer os objetivos da pesquisa, a escolha dos participantes foi resultado de uma avaliação qualitativa com o intuito de abranger toda a cadeia de distribuição de materiais biologicamente infectantes. A colaboração das empresas foi fundamental, visto a diversidade de produtos, bem como, os diversos processos utilizados durante o transporte e o tratamento. Nesse sentido foram realizadas visitas a um laboratório de zoonoses e três estações de tratamento de resíduos dos serviços de saúde. Com base nas observações e acompanhamento dos processos foi possível fazer uma análise comparativa das atividades práticas junto às normas regulamentadoras e identificar os pontos críticos que dificultam a realização de tais atividades de acordo com a legislação vigente. Foram apresentadas as falhas operacionais observadas nas pesquisas de campo propondo medidas alternativas para minimizá-las; foi analisada também, a qualificação profissional dos trabalhadores envolvidos e dos procedimentos de biossegurança
RESULTADOS:

Os resultados apontaram que as regras de biossegurança nem sempre são cumpridas e que muitos destes profissionais não sabem os riscos que correm ao manusear substâncias infectantes de forma indevida. Todas as estações de tratamento de resíduos são fiscalizadas periodicamente pela ANVISA, pelo CONAMA, pela CETESB entre outros órgãos regulamentadores, mas os laboratórios não recebem fiscalização de nenhum órgão público. Os equipamentos de manutenção recebem manutenção preventiva e higienização, isto evita a paralisação do processo de tratamento para reparar o equipamento danificado. Apesar da grande preocupação com a segurança ambiental, bem como a segurança dos profissionais da saúde, não se pode deixar de notar a falta de preparo de alguns funcionários em certos pontos. O processo de embalagem e acondicionamento dos resíduos nem sempre são feitos conforme a NBR 9191/2000.

CONCLUSÃO:
 Diante das análises pode-se concluir que, os níveis de biossegurança praticados pelas empresas não alcançam os níveis estabelecidos pela legislação, pode se verificar a falta de investimento e equipamentos de segurança e qualificação do profissional envolvido no transporte. Um agravante que eleva o risco de contaminação é a falta de informação sobre as características e os riscos que podem surgir a partir de acidentes com produtos biologicamente infectantes tanto para o meio ambiente, a população, aos usuários desses produtos bem como dos profissionais da área de logística.
Instituição de Fomento: Faculdade de Tecnologia de Carapicúiba (FATEC-CPB)
Palavras-chave: Cadeia de Suprimentos, Saude Publica, Logistica Hospitalar.