61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
O CINEMA NO ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
Maria da Graça Camilo de Carvalho 1
Melanie Lerner Grinkraut 2
1. Universidade Presbiteriana Mackenzie - CCH (IC)
2. Profª. Mestre - Universidade Presbiteriana Mackenzie - EE (Orientadora)
INTRODUÇÃO:
Ensinar matemática tem se tornado atualmente um grande desafio, seja pela falta de interesse dos alunos, pelo despreparo dos professores ou mesmo pela ausência de recursos para torná-la mais atrativa. A sociedade encontra-se em um processo de profundas mudanças, alterando estilos de vida e padrões de comportamento das pessoas. O estudante imerso nesta nova conjuntura também participa deste movimento onde amplas modificações ocorrem a todo momento. O ensino de matemática precisa se integrar a este novo contexto. Nesse caminho a mídia se apresenta aos educadores matemáticos como um recurso interessante, para ensinar matemática integrada ao mundo de hoje. Este trabalho deu enfoque à utilização do cinema como possível facilitador nos processos que permitam aos alunos: i. Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender o que se passa no mundo que os rodeia; ii. Perceber que a disciplina estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas; iii. Fazer observações de sua realidade em relação aos aspectos quantitativos e qualitativos, com o uso dos conteúdos matemáticos. O objetivo é aliar o recurso, o cinema, com suas diversas perspectivas aos conteúdos curriculares matemáticos.
METODOLOGIA:
A pesquisa realizada foi dotada de um caráter qualitativo, fazendo uso do estudo de caso, por se constituir em uma unidade dentro de um sistema mais amplo. Ela buscou relacionar a matemática e a vida cotidiana por meio do uso do cinema. Inicialmente foi realizada uma cuidadosa revisão bibliográfica sobre a utilização do audiovisual no ensino, em especial o cinema. Em seguida foram aplicados um questionário inicial e diversas atividades a alunos de 6ª série de uma escola pública da cidade de São Paulo. As atividades versaram sobre alguns conteúdos matemáticos presentes no filme “O Mágico de Oz”, que foi escolhido após prévia análise e fichamento. Estas atividades teoricamente fundamentadas abordaram conceitos da lógica matemática, de geometria, além de proporem a resolução de problemas, partindo de contextos proporcionados pelo filme exibido em sala de aula. Para a análise das atividades foram definidos critérios que buscaram estabelecer o aproveitamento dos alunos. Como instrumentos finais de avaliação, foram realizadas uma avaliação final aos alunos, dos conteúdos trabalhados no filme e uma entrevista, que seguiu um roteiro pré-estruturado, com a professora participante da pesquisa.
RESULTADOS:
A exibição do filme, agregada aos fatores surpresa e interesse, mostrou um resultado positivo em termos de aprendizagem dos alunos, constatado pela análise da avaliação final, aplicada posteriormente à sua exibição. As atividades mostraram que houve uma mudança de postura no comportamento e em algumas concepções e crenças dos alunos. A pesquisadora observou que alguns alunos que incialmente se mostraram contrários a realização das atividades, as classificaram posteriormente, como ótimas e, ainda a maioria deles admitiu nunca imaginar que existia matemática em vários pontos destacados do filme. A professora que aplicou as atividade, a classificou como sendo ótima, no entanto destacou que a sua aplicação esbarrava em algumas questões importantes, como o tempo de cada aula e a acomodoção dos alunos. Quanto a postura dos alunos, a professora avaliou a experiêcia proveitosa, pois estimulou o interesse destes. A proposta desta experiência foi a de verificar a viabilidade de um trabalho diferenciado com os alunos, mostrando a eles que a matemática não se restringe apenas a aprender a fazer cálculos, como inicialmente haviam indicado em suas respostas ao questionário inicial. Observou-se que eles mudaram a forma de ver a matemática no decorrer das atividades.
CONCLUSÃO:
Diante do atual contexto educacional, ao se verificar se as necessidades dos alunos estariam sendo supridas, torna-se premente reavaliar percepções e posturas de todos os envolvidos, principalmente em relação ao ensino da matemática. Nesta disciplina os alunos acabam por memorizar fórmulas e procedimentos, fazendo com que adquiram uma idéia da matemática como um assunto repleto de memorizações, faltando a compreensão do processo. Tampouco conseguem aplicar estes conhecimentos em outras situações cotidianas. Eles não conseguem perceber a matemática presente em suas vidas. Em relação a presente pesquisa, esta confirmou as expectativas em torno da utilização do cinema como recurso auxiliar no ensino-aprendizagem da matemática, desde que: i. se encontre inserido na dinâmica da sala de aula, pois o cinema pode estimular a curiosidade, instigar o raciocínio e facilitar o desenvolvimento da capacidade de contextualizar conteúdos; ii. seja feita uma escolha cuidadosa do filme a ser exibido, que deve possibilitar a interdisciplinaridade. Os filmes são representações da vida que permitem ao aluno visualizar e se identificar com muitas das situações, em especial com conteúdos matemáticos presentes no cotidiano das pessoas, podendo tornar a aprendizagem mais significativa e prazerosa.
Instituição de Fomento: PIBIC Mackenzie/MackPesquisa
Palavras-chave: cinema, Matemática, ensino-aprendizagem.