61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
A produção e a utilização de vídeos de baixo custo para o ensino de física
Aurelio Hideki Barbosa Ono 1, 2
Eugenio Maria de França Ramos 1, 2, 3
1. Centro de Educ. Continuada em Educ. Mat., Científica e Ambiental (CECEMCA UNESP)
2. Oficina de Física - IB - UNESP Campus de Rio Claro
3. Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Titulação: Prof. Assist. Dr.
INTRODUÇÃO:
A popularização de máquinas digitais, microcomputadores e web forma o cenário que possibilitou a criação e rápida difusão de materiais multimidiáticos, por meio de repositórios públicos de vídeos, como o youtube ou aqueles mantidos por grandes portais da Rede INTERNET. Muitos vídeos de curta duração com essas características hoje existentes na INTERNET podem servir de apoio a atividades didáticas, seja enfocando fenômenos naturais ou até mesmo na demonstração de situações físicas mais elaboradas. Dentro dessas possibilidades, discutimos neste trabalho o desenvolvimento de vídeos didáticos de baixo custo que enfocam a montagem e manuseio de alguns experimentos, bem como questões didáticas relacionadas com atividades de ensino e aprendizagem. Tais vídeos foram desenvolvidos para o curso de extensão universitária “Brincando com a Física – Eletrostática”, na modalidade Educação a Distância (EaD), com duração de 40 h e 5 semanas, dirigido a professores de Educação Básica, promovido pelo Centro de Educação Continuada em Educação Matemática, Científica e Ambiental (CECEMCA UNESP), que tratou – dentre outros conteúdos – da construção de materiais didáticos de baixo custo com a temática eletrostática (http://cecemca.rc.unesp.br/cecemca/curso_ead/fisica.htm).
METODOLOGIA:

Percebemos na organização inicial dos materiais didáticos do curso mencionado que os textos descritivos das construções poderiam ser insuficientes para o entendimento das montagens ou de sua utilização.

Os protótipos foram filmados e editados de forma ajudar no entendimento dos equipamentos de baixo custo enfocados no curso e, ainda, quando necessário aos tópicos de discussão do curso, incentivar a curiosidade epistemológica (Freire, 2000) dos participantes. Consideramos na elaboração que os filmes deveriam contemplar: (a) a utilização dos materiais; (b) a descrição de montagem e (c) eventualmente com uma utilização inesperada.

Não foi necessária a utilização de nenhum aparato sofisticado na produção dos vídeos, além de câmera digital, um tripé e boa iluminação, preferencialmente natural. Não foi feito nenhum tipo de tratamento acústico durante as filmagens uma vez que o som original foi substituído por música e letreiros durante o processo de edição, realizado com um software de edição.

A elaboração de roteiros de filmagem prévios foi fundamental para a realização dos vídeos, pois possibilitaram rapidez na produção dos vídeos e organização na mobilização e na utilização de materiais.

Os vídeos produzidos foram disponibilizados em servidor de páginas web do CECEMCA UNESP.
RESULTADOS:

Foram produzidos no total 19 vídeos, com duração média de cerca de um minuto e meio, cada um, tratando de temas como, no caso de construções, pêndulo eletrostático, eletroscópio de folha, capacitor elétrico e, no caso de discussões conceituais, condutores e isolantes. Eles estão disponíveis na página web http://cecemca.rc.unesp.br/eprateleira/videos/eletrostatica.htm. Embora reunidos nesta página para este trabalho, sua inserção no curso se deu de forma a manter harmonia com o desenvolvimento dos conteúdos, divulgando-se aos alunos os links específicos de cada vídeo nos roteiros de estudo, conforme o andamento dos trabalhos didáticos ou das discussões conceituais propostas.

Observamos que os participantes tiveram muitas surpresas, como na afirmação: “Sempre fiz a experimentação para identificação se um material é condutor ou isolante (...) num circuito de 220V. Estou muito surpreso ao ver que estes materiais [refere-se a papel, vidro e borracha] na experimentação que foi mostrada no vídeo foram condutores (...) Estou pasmo! Como explicar isto aos [meus] alunos? Parecia tudo tão simples ...”. Os vídeos auxiliaram o trabalho de instigar os participantes a observar os experimentos de outra forma, seja em seu manuseio como também nas suas possibilidades didáticas.
CONCLUSÃO:

Embora os materiais didáticos experimentais de baixo custo sejam os elementos principais das produções aqui discutidas deve-se assinalar que o conteúdo de Física sempre esteve presente, de forma direta ou indireta, em todos eles. É o caso, por exemplo, do vídeo Eletroscópio de Folha, onde são mostrados os dois tipos de eletrização (indução e contato) e são discutidas quais as diferenças visíveis entre as duas formas de eletrização na interação com o protótipo. Um mesmo protótipo permitiu produções diversas, como no caso do eletroscópio, utilizado no vídeo onde se discutiu se algum material é isolante ou condutor.

A utilização dos vídeos ajudou no processo de aprendizagem, facilitando o uso dos protótipos experimentais seja no seu processo de construção bem como em sua utilização, sanando algumas dúvidas do roteiro didático textual ou, até mesmo, instigando a curiosidade dos participantes. O fato de terem curta duração facilitou o download do vídeo sem prejudicar a qualidade dos mesmos.

Os vídeos se mostraram elementos didáticos importantes em atividades na modalidade EaD. Sua produção em baixo custo possibilitou a preparação de atividades específicas e adequadas aos conteúdos pretendidos bem como à proposta pedagógica adotada.
Instituição de Fomento: SEB MEC
Palavras-chave: Ensino de Física, Formação de Professores, Vídeos Didáticos.