Compreendemos a educação ambiental como um processo no qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Desse modo, houve a necessidade de provocarmos mudanças qualitativas nas concepções dos educadores, que se refere ao trabalho com educação ambiental, a partir da inclusão de projetos educacionais com a temática transversal meio ambiente. A 9ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (9ª CREDE), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Horizonte-CE, o Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente – (CONPAM) e a Secretaria de Educação do Estado do Ceará – (SEDUC), realizou, no decorrer do ano de 2008, o I Curso de Formação de Educadores Ambientais, com a participação de 119 docentes distribuídos em três turmas, objetivando o desenvolvimento de um expressivo debate, reflexão e de uma metodologia capaz de aproximar a escola das questões sociais e ambientais do nosso município, a partir de uma leitura e interpretação da complexidade do sistema-mundo, pois visualizamos a educação escolar como fonte propulsora de conhecimentos e de transformação por meio de suas ações pedagógicas.

No sentido de pensarmos numa educação que procure romper com uma visão consumista e mercadológica, e acenando para um novo olhar nas relações estabelecidas entre a sociedade e a natureza, a partir da sensibilização e conscientização da temática ambiental, o Curso de Formadores Ambientais obteve como resultados a elaboração e execução de projetos interdisciplinares em educação ambiental nas escolas. Essa atividade do curso possibilitou o desenvolvimento de vários projetos, dentre eles destacamos o “Projeto Mudanças Ambientais Globais, numa escola do distrito de Catu, em Horizonte; a participação expressiva das escolas dos municípios de Horizonte e Pacajus no processo da III Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, bem como sua participação no fortalecimento das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (COM-VIDA), em virtude do apoio dos professores cursistas, no desenvolvimento de seus projetos, e da participação da comunidade escolar, contribuindo, assim, de modo decisivo, para o sucesso dessas conferências; a construção da prática pedagógica dos professores, norteada pela relação teoria e prática efetivada nos estudos dos módulos, nas visitas técnicas, nas oficinas e no uso dos recursos tecnológicos.

Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no espaço, sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na implementação de concepções ambientais. Dessa forma, o curso de Formação de Educadores Ambientais obteve como resultado a sensibilização dos educadores e alunos na busca de valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando-o a analisar criticamente os princípios que tem levado à destruição inconseqüente dos recursos naturais e de várias espécies. Tendo a clareza que a natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como processo vital. As questões ambientais envolvem uma gama de debates que clamam por novos olhares, enfoques e metodologias para serem aplicadas no contexto escolar. Assim, a construção de novas metodologias que possam dar ao menos parte dessa resposta devem ser incentivadas, ao passo de não somente solucionarmos o caos instaurado, contudo, transformamos a realidade e os seres pensantes da sociedade. Dessa forma o Curso de Formação de Educadores Ambientais configurou-se na possibilidade para atender as questões acima levantadas, ultrapassando a perspectiva do estudo do meio ambiente de modo fragmentado, do quadro natural pelo natural. Tudo muito além dos caminhos pré-definidos, buscando a pluralidade de alternativas metodológicas que ao mesmo tempo possam se complementar e se mostrar divergentes, porém com um propósito de se somarem na efervescência que o próprio conhecimento evidencia  sobre a complexidade da temática ambiental.