61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
DEFICIÊNCIAS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE QUÍMICA, FISICA E BIOLOGIA EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE MANAUS.
Clorijava de Oliveira Santiago Junior 1
Eleonora Celli Arenare Santiago 2
1. Universidade Luterana do Brasil - ULBRA
2. Universidade do Estado do Amazonas - UEA
INTRODUÇÃO:
Professores da rede pública de ensino têm percebido dificuldades que alunos do 1ºano do ensino médio têm nas aulas de química, física e biologia. Alguns concluem o ensino fundamental sabendo muito pouco, sobre estas ciências. Este trabalho objetivou investigar possíveis causas para as deficiências no processo ensino-aprendizagem destas ciências em uma escola de ensino médio estadual de Manaus – AM. Beltran e Ciscato (1991) relatam uma série de problemas relacionados com o ensino-aprendizado de ciências exatas e biológicas nas escolas de ensino médio, dos quais citam um ensino pautado na memorização excessiva, aulas descontextualizadas, ausência de pesquisa sobre o ensino, enfoque no vestibular, inexistência de aulas experimentais. Estes fatores justificariam um ensino deficiente, onde a grande maioria dos alunos não consegue resolver problemas cotidianos que exigem um conhecimento cientifico.
METODOLOGIA:
Foram realizadas visitas a uma escola do ensino médio de Manaus-AM, para obtenção de dados sobre aspectos físicos, pedagógicos e políticos da mesma, e foi aplicado um questionário a 90 de seus alunos, distribuídos em três turmas do ensino médio, do 1º ano. O questionário constou de perguntas objetivas que visavam verificar as impressões e opiniões dos alunos sobre o ensino de química, física e biologia em sua escola, a fim de confrontá-las com as observações feitas nas visitas. A análise dos resultados obtidos com o questionário foi comparada com estudos feitos por pesquisadores em educação (Beltran e Ciscato (1991).
RESULTADOS:
A análise dos dados permitiu verificar que 82% dos alunos entrevistados afirmaram não gostar de física, química e biologia. Atribuem isso, a pouca base de ciências adquirida no ensino fundamental, à inexistência de aulas práticas, a ausência de explicações mais interessantes e a um trabalho deficiente dos professores. Afinal, para que estudar química, física e biologia? Foi verificado que, dos dois professores de química que ministram aulas na referida escola, um é formado em eletromecânica e o outro é formado em enfermagem. Verificou-se, também, que as aulas são, fundamentalmente expositivas, com estudos de textos dirigidos em alguns casos. Nenhuma atividade experimental é realizada nesta escola. Todos os estudantes recebem, gratuitamente, o livro didático de química, física e biologia, mas utilizam apenas como fonte de exercícios para serem resolvidos em sala de aula. De modo geral, as aulas, na opinião dos professores, são boas, afinal ensinam da mesma forma que aprenderam.
CONCLUSÃO:
O ensino de química, física e biologia a nível médio deve preparar o educando para o exercício da cidadania, no aprendizado da linguagem cientifica. Todavia, muitas escolas não têm cumprido esse papel, o que conforme comparação com alguns teóricos pode ser atribuída a uma série de problemas, dentre os quais a inadequada formação de professores e a ausência de políticas educacionais que garantam um ensino de qualidade. A pesquisa permitiu verificar que a ausência de aulas experimentais (ou um ensino experimental precário) e a má formação dos docentes são alguns dos fatores mais importantes por trás da deficiência no processo ensino-aprendizagem de física, química e biologia na escola investigada. Pesquisadores em educação têm detectado essa problemática no decorrer de anos, entretanto precisamos como professores de química, física e biologia viver uma nova postura educativa, quebrando esse ciclo vicioso e amenizando as dificuldades vivenciadas por nossos alunos.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem, deficiências, ciências.